Comboios. “Em momento algum está em causa a segurança da circulação"

O mau estado das linhas de comboios detetado pelo relatório da Infraestruturas de Portugal não levanta riscos para a segurança da circulação de passageiros e mercadorias. A garantia é dada pelo Secretário de Estado das Infraestruturas.

“Em momento algum está em causa a segurança da circulação dos passageiros e das mercadorias”, afirma na Renascença, apontando baterias para os governos anteriores.

“O que está em causa é o estado das linhas. Estamos a falar de linhas antigas, que não têm investimento há muitos anos. Os governos anteriores tiveram de costas voltadas para a ferrovia, mas este Governo, desde a primeira hora, que assume um plano muito ambicioso de investimento em novas linhas, que é o Plano Ferrovia 2020”, indica.

Guilherme de Oliveira Martins aponta como exemplos desse investimento os mais de 400 milhões de euros lançados “na semana passada” para o corredor internacional Norte e “a obra na Covilhã-Guarda”.

Quanto a manutenção das linhas, “no início deste ano lançámos novo contrato de manutenção, dividido em lotes, no valor de 120 milhões de euros”.

Um relatório divulgado esta terça-feira pelo jornal “Público” dá conta de que mais de metade das linhas de comboio está em mau estado.

“Trata-se de um relatório que é executado periodicamente sobre o estado das linhas e a necessidade de reforço da manutenção ou não”, explica o secretário de Estado.

O estudo da Infraestruturas de Portugal (IP) diz que quase 60% das vias férreas portuguesas têm desempenho medíocre ou mau e que o troço entre Ovar e Gaia precisa de “intervenção urgente”.

Foi para esse troço que, segundo Guilherme de Oliveira Martins, foi lançado um novo contrato de manutenção de 120 milhões de euros.

“O estado da avaliação das linhas resulta de um relatório que é obrigação que a IP faça periodicamente para avaliar o estado das linhas, mas em momento algum está a segurança da circulação dos passageiros e das mercadorias”, reforça.

Ponte 25 de Abril vai ter obras este ano

Na mesma entrevista à Renascença, o secretário de Estado das Infraestruturas garantiu que “este ano, as obras estarão em curso” na ponte 25 de Abril, onde um relatório do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) pede obras imediatas e urgentes, depois de terem sido detetadas fissuras.

O relatório do LNEC terá sido entregue ao Governo no mês passado e diz que, se não se fizerem as obras, poderá ser preciso restringir o tráfego de pesados e de comboios de mercadorias.

“Vai ser lançado um procedimento já no final deste mês. As obras têm de ser feitas e, evidentemente também, em momento algum, está em causa a segurança da ponte”, garante Guilherme de Oliveira Martins.

“O que é preciso é que haja obras periódicas que devem que têm de ser executadas na ponte 25 de Abril e nós, no final deste mês, vamos lançar uma série de procedimentos para iniciar o concurso e para iniciar a obra o mais rapidamente possível”, acrescentou, especificando que o concurso a lançar “é de qualificação internacional e tem a vertente de concurso urgente”.