20 fev, 2018 - 13:59 • Teresa Paula Costa
Na missa votiva da festa litúrgica dos dois videntes de Fátima, esta terça-feira, o reitor do Santuário de Fátima afirmou que Francisco e Jacinta Marto “mostram-nos a santidade como uma realidade próxima e possível”.
Segundo o padre Carlos Cabecinhas, os dois pequenos santos “são um testemunho de santidade geograficamente próximo, porque viveram nesta terra em que nos encontramos” e “podemos visitar as suas casas, percorrer os caminhos que eles percorreram, visitar os seus túmulos”.
Por outro lado, são “um exemplo de santidade temporalmente próximo – não são figuras de um passado longínquo, perdidos nas brumas da memória”, adiantou. Mas são, sobretudo, “um testemunho de santidade possível e próximo das nossas vidas,” permitindo-nos compreender que “a santidade seja a vocação de todo o cristão”.
O sacerdote salientou ainda que os dois videntes “nunca procuraram recolher aplausos, o que desejavam era serem grandes diante de Deus”.
Nesta celebração, o padre Carlos Cabecinhas destacou ainda três aspetos em que os dois santos concretizaram a entrega da vida a Deus e que “para nós, são um desafio permanente.”
Em primeiro lugar, o facto de terem acolhido o apelo de Nossa Senhora à oração. “Depois das aparições, é a oração que marca o ritmo dos seus dias,” sobretudo São Francisco Marto, que “se afastava de todos para rezar, e cujo grande desejo era consolar a Deus”, o que nos “mostra o lugar fundamental da oração na nossa relação com Deus e na nossa vida cristã.”
E mostra-nos o “lugar fundamental da adoração e da contemplação na nossa vivência do dia a dia”, reforça.
Em segundo lugar, “nos Santos Francisco e Jacinta encontramos o exemplo da atitude de atenção aos outros e às suas necessidades.” Sobretudo Santa Jacinta Marto, disse o sacerdote, “destaca-se pela atitude compassiva com os outros, vive a preocupação constante da salvação dos pecadores e não perde uma ocasião de ajudar os outros, nomeadamente os mais pobres”, o que mostra que “não há verdadeiro amor a Deus que não passe necessariamente pelo amor aos irmãos”.
Em terceiro lugar, “nos Santos Francisco e Jacinta encontramos também a atitude de escuta atenta dos apelos de Deus”, pois os pastorinhos “acolheram de imediato e sem reservas os pedidos de Deus que lhes chegaram pela mão do Anjo e de Nossa Senhora”, sendo as suas vidas um desafio a “também nós, escutarmos atentamente a voz de Deus”.
No exemplo dos Santos Francisco e Jacinta “encontramos também um modelo para a nossa vivência quaresmal”, referiu o reitor, pedindo-lhes “intercessão para que a nossa vivência da Quaresma, como tempo de conversão, pela oração mais intensa, pela escuta mais frequente da Palavra de Deus e pelo amor ao próximo, seja frutuosa e nos leve a celebrar e viver festivamente a Páscoa que se aproxima”.
O programa comemorativo da festa litúrgica dos Santos Pastorinhos prossegue esta terça-feira à tarde, pelas 14h00, com um encontro com crianças na Basílica da Santíssima Trindade.
Segue-se a oração do Rosário e, pelas 16h00, haverá uma visita aos túmulos dos Pastorinhos, na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima.
O momento de veneração será acompanhado musicalmente pela Schola Cantorum Pastorinhos de Fátima e culmina com as Vésperas, marcadas para as 17h30.
Francisco e Jacinta Marto foram canonizados a 13 de maio de 2017.