16 fev, 2018 - 14:35
As semelhanças entre a última campanha do grupo activista “Justice 4 Grenfell” e a história do filme “Três cartazes à beira da estrada” saltam à vista e não são mera coincidência.
O grupo é composto por familiares das vítimas mortais e sobreviventes do incêndio da Torre Grenfell, ocorrido em Londres a 14 de junho do ano passado.
Descontentes com a demora na investigação policial, o grupo montou três cartazes junto à torre com a mensagem: “71 mortos e ainda nenhum detido? Como é possível?”
No filme candidato a sete Óscars, incluindo ao de Melhor Filme, a protagonista, Mildred Hayes, aluga três cartazes à entrada da cidade de Ebbing, onde vive, para protestar contra a ausência de detenções após a violação e homicídio da filha. A mulher dirige então ao chefe da cidade a mensagem, dividida em três partes: "Violada enquanto morria. E ainda nenhuma detenção? Porquê, chefe Willoughby?".
Os cartazes da "Justice 4 Grenfell" são móveis e têm circulado por locais emblemáticos de Londres, como o Parlamento, a Ponte de Londres e a Catedral de São Paulo.
Yvette Williams, porta-voz e co-fundadora do grupo ativista Justice4Grefell, contou à BBC que a ideia foi apresentada ao grupo por uma agência de publicidade. O objectivo foi manter o assunto no domínio público, afirmou o grupo em comunicado.
“Estes três cartazes pretendem manter esta tragédia na consciência nacional e fazer as nossas vozes serem ouvidas. E as nossas vozes apelam à mudança num sistema que mata. As nossas vozes exigem justiça para Grenfell”, lê-se no comunicado.
A comissária da Polícia Metropolitana de Londres, Cressida Dick, afirmou que a investigação criminal ao incêndio não deverá estar concluída antes de 2019.