08 fev, 2018 - 16:04
Os juízes desembargadores Rui Rangel e Fátima Galante recusaram-se, esta quinta-feira, a ser interrogados no Supremo Tribunal de Justiça, alegando que precisam de mais tempo para consultar o processo “Operação Lex” em que são ambos arguidos.
João Nabais, advogado de Rui Rangel, afirmou aos jornalistas que o Ministério Público vai apresentar a sua posição em relação a esta questão na sexta-feira, às 10h00.
O primeiro dia das audições aos juízes desembargadores do Tribunal da Relação de Lisboa terminou pouco antes das 16h00 sem que os dois arguidos tenham prestado declarações.
Em declarações anteriores aos jornalistas, João Nabais já tinha avançado que a defesa tinha suscitado "um conjunto de questões procedimentais que tem a ver com acesso de documentos e prazos".
"Tudo isto é terreno novo. Não é normal haver inquéritos e instrução no Supremo", observou João Nabais, afirmando ainda que as defesas de Fátima Galante e de Rui Rangel estão concertadas.
Os dois juízes desembargadores no Tribunal da Relação de Lisboa estão indiciados por corrupção/recebimento indevido de vantagens, branqueamento, tráfico de influência e fraude fiscal.
Além de Rui Rangel e de Fátima Galante, a 'Operação Lex' tem pelo menos outros dez arguidos, entre os quais o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, o vice-presidente do clube Fernando Tavares e o ex-presidente da Federação Portuguesa de Futebol João Rodrigues.
Cinco dos arguidos que se encontravam detidos já foram ouvidos no Supremo Tribunal de Justiça, tendo saído todos em liberdade, e um deles pagou uma caução de 25.000 euros.
Na operação, desencadeada a 30 de janeiro, foram realizadas 33 buscas, das quais 20 domiciliárias, nomeadamente ao Sport Lisboa e Benfica, às casas de Luís Filipe Vieira e dos dois juízes e a três escritórios de advogados.
[notícia actualizada às 16h48]