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Viver como em Taizé, mas em Faro, durante um mês

26 jan, 2018 - 15:55 • Gastão Costa Nunes

Diocese do Algarve acolhe primeira “Pequena Fraternidade Provisória” no sul do país. Projecto da comunidade ecuménica francesa trouxe a Portugal duas jovens alemãs que vão ficar até 25 de Fevereiro na Casa das Irmãs da Caridade.

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Dar a conhecer a forma como se vive, reza e trabalha em Taizé é um dos objectivos de um projecto descentralizador da comunidade ecuménica que funciona em França.

Desde 2014 que estas “Pequenas Fraternidades Provisórias” têm passado por vários países. Instalam-se quase sempre no coração de uma aldeia ou de um bairro urbano para aí dar testemunho do Evangelho e partilhar as “alegrias e tristezas dos seus habitantes”.

No caso concreto do Algarve a ideia foi muito bem acolhida. “Foi o irmão David, de Taizé, que nos lançou este repto, se seria possível haver aqui uma pequena comunidade provisória durante um mês. Eu lembrei-me de contactar as Irmãs da Caridade, e elas aceitaram”, diz à Renascença João Cabral, impulsionador das peregrinações de algarvios a Taizé.

As duas jovens alemãs enviadas por Taizé chegaram quinta-feira às irmãs de Calcutá, como também são conhecidas. “Durante o próximo mês vão viver aqui e trabalhar com elas”, explica-nos o mesmo responsável, que não tem dúvidas de que esta “Pequena Fraternidade Provisória” eleva as expectativas da diocese algarvia. “Vem dar um novo impulso aos jovens que costumam ir a Taizé, e aos outros que nunca foram. O próprio bispo vai receber estas jovens no paço episcopal, porque as quer conhecer. Portanto toda a diocese está envolvida com esta experiência”, garante.

João Cabral espera que, depois desta missão, alguns jovens algarvios se disponibilizem para uma experiência idêntica fora de portas. “Seria bom que um ou dois jovens do Algarve pudessem fazer esta experiência, que pode ser por toda a Europa ou noutros continentes”.

O programa previsto para este mês na “Pequena Fraternidade Provisória” de Taizé em Faro é variado. O dia-a-dia será marcado por três orações comunitárias, e a da noite, às 21 horas, na capela do Imaculado Coração de Maria (anexa à casa das irmãs), será sempre aberta a quem nela queira participar. Mas, viver como em Taizé implica também trabalho pastoral e social com as comunidades cristãs locais, o que habitualmente inclui visitas a pessoas isoladas ou em situação de sofrimento e encontros com jovens. Na própria casa das Missionárias da Caridade são acolhidas pessoas carenciadas, algumas doentes e sem quaisquer meios de subsistência.

Portugal já acolheu “Pequenas Fraternidades Provisórias” em 2015, no Porto e Bragança, e em 2016 no Porto e Torres Vedras, mas no sul do país esta é a primeira vez.

A Comunidade Ecuménica de Taizé foi fundada em 1940, em plena II Guerra Mundial, pelo falecido irmão Roger, com o propósito de “reunir homens que sentissem a necessidade de juntos fazerem comunhão e viverem em paz uma vida simples, partilhando o trabalho e as reflexões das Sagradas Escrituras, caminhando em comunidade à descoberta de Deus, revelado aos homens por Jesus Cristo”. A Comunidade é hoje constituída por mais de 100 irmãos de várias nacionalidades e igrejas cristãs, incluindo a católica, recebendo semanalmente a visita de milhares de jovens.

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