23 jan, 2018 - 23:12
Os trabalhadores dos CTT vão fazer uma greve a 23 de Fevereiro. Para o mesmo dia, está marcada uma manifestação nacional, em Lisboa.
O presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações, Vítor Narciso, diz à Renascença que o objectivo é levar o Governo a reverter a privatização.
Esta é uma acção em que estão envolvidos todos os sindicatos dos trabalhadores dos Correios e que querem juntar também a população e diversas entidades que estão a ser prejudicadas pela decisão da administração dos CTT para fechar estações e despedir 800 funcionários.
Vítor Narciso diz que as estações estão a fechar de um dia para o outro sem que os clientes sejam avisados. Os trabalhadores sabem na véspera.
“As estações estão a encerrar de um dia para o outro, os trabalhadores estão a ser avisados que se devem apresentar noutra estação dos Correios, mas os clientes não estão a ser avisados. Vão levantar os apartados, por exemplo, e depois está lá um papelinho a dizer: ‘dirija-se a tal parte e aí ser-lhe-á prestado o serviço. Isto é uma vergonha”, afirma o sindicalista.
Os trabalhadores, para já, só estão a ser transferidos para outros postos, mas o sindicalista Vitor Narciso teme que a carta de despedimento chegue em breve para algumas dezenas das oito estações que já fecharam nos últimos dias.
Ainda assim, os sindicatos querem aumentos salariais para este ano. O Sindicato dos Correios e Telecomunicações já apresentou a proposta à administração liderada por Francisco Lacerda.
Os representantes dos trabalhadores querem “4% de aumento e com um aumento mínimo de 40 euros”.
“A administração dos CTT comunicou à CMVM que os salários dos trabalhadores serão congelados nos próximos anos, mas nós não temos nada a ver com isso. Queremos aumentos salariais para 2018 e não aceitamos como justificação que tenha de se dar dinheiro aos accionistas”, adverte Vitor Narciso.