17 jan, 2018 - 19:17
A adolescente palestiniana Ahed Tamimi, que bateu em dois militares israelitas, vai continuar detida até ao final do julgamento.
A decisão sobre a rapariga de 16 anos foi anunciada esta quarta-feira por um tribunal militar de Israel.
O ministro israelita da Defesa, Avigdor Lieberman, elogiou o tribunal por manter Ahed Tamimi sob custódia.
“Israel não vai permitir que façam mal aos seus soldados e quem o tentar fazer vai pagar um preço elevado”, escreveu Lieberman na rede social Twitter.
Ahed Tamimi foi detida a 15 de Dezembro, depois de enfrentar um oficial israelita e um soldado, em frente à sua casa numa aldeia da Cisjordânia.
Um vídeo mostra a adolescente a dar uma bofetada no oficial e um murro na cara do soldado.
Os dois homens, que também foram pontapeados, envergavam capacetes e equipamentos de protecção.
Tentaram defender-se dos golpes da rapariga e não responderam com violências às agressões.
De acordo com a organização de defesa dos direitos humanos Amnistia Internacional, a altercação aconteceu no mesmo dia em que um primo de Ahed Tamimi foi atingido na cabeça por uma bala de borracha disparada por um soldado israelita.
A jovem foi acusada de vários crimes, incluindo agressão agravada, arremesso de pedras e incitamento à participação em “motins violentos”.
Ahed Tamimi tornou-se num símbolo da causa palestiniana e motivou um debate em torno da política de detenção de adolescentes.
Um comentador do jornal israelita “Haaretz” considera que o Governo judaico pode estar a criar uma “Joana d’Arc palestiniana”.