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Cavalos da GNR ajudam pessoas com necessidades especiais em Gouveia

10 jan, 2018 - 11:36 • Liliana Carona

No destacamento territorial de Gouveia, o cabo Costa ajuda portadores de deficiência e jovens com necessidades educativas especiais. Com sucesso.

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Susete Ferreira, de 32 anos, ganhou o primeiro prémio na "poule" de treino adaptada, numa prova que decorreu em Dezembro, na Quinta do Azevinho, em Santar, concelho de nelas. A passo ou a trote, Tony, o cavalo branco do destacamento territorial da GNR de Gouveia, segue as orientações dadas pelo cabo Costa, 39 anos, que não esconde a alegria pelo feito alcançado pelos “seus alunos” - três 3 medalhas (rosetas) nas provas adaptadas (1.º lugar na "poule" de treino adaptada e também dois primeiros lugares na gincana).

“Foi muito bom e gratificante, é a prova de que toda a gente envolvida neste projecto está a ter sucesso, desde os utentes aos funcionários da ABPG (Associação de Beneficência Popular de Gouveia]. Isto está a correr muito bem. Tenho todo o interesse em que esta actividade continue. Adoro o que faço”, diz à Renascença.

A psicóloga clínica Ana Sofia Costa, 37 anos, trabalha há 12 na ABPG e há três no Centro de Atividades Ocupacionais (CAO), que se destina a população portadora de deficiência, física ou cognitiva, que já não esteja no contexto da escolaridade mínima obrigatória.

A par de um plano de actividades destinado a utentes com limitação cognitiva mais acentuada, a valência dispõe de um conjunto variado de actividades, como a equitação terapêutica, graças a um protocolo celebrado com a GNR.

“O protocolo existe há cerca de dez anos, estabelecido entre a ABPG e a GNR, e eles estão muito motivados para esta área, na qual também fiz uma formação. Alargámos as sessões de equitação terapêutica, passando de duas frequências por semana a três vezes, sendo que a terceira sessão semanal seria para um grupo que poderia ir mais além, não tanto numa vertente terapêutica, mas entrar na vertente da competição adaptada”, conta.

E foi passo a passo que chegaram ao primeiro concurso de equitação adaptada, no qual conseguiram três primeiros lugares. Valter Salvador, 27 anos, não esquece quem lhe deu a mão para a conquista do título na gincana. “Foi o cabo Costa”, sorri.

Luísa Santos, 45 anos, esquece o tempo quando está perto dos cavalos. "O cavalo é dócil, tranquilo, não faz mal a ninguém, transmitem-me tranquilidade. Passei a fazer actividades sem medo e com vontade de levar em frente o meu trabalho”, justifica.

A equitação terapêutica no posto da GNR de Gouveia teve origem em 2003, quando o capitão, agora coronel e comandante distrital da GNR Luís Cunha Rasteiro, deu início à actividade no quartel do destacamento territorial da GNR de Gouveia.

“A hipoterapia em Gouveia diz-me muito, porque fui eu que estive na génese da sua criação, no ano de 2002/2003”, recorda o militar, acrescentando ainda que esta prática “assume um papel importante na intervenção com pessoas com necessidades educativas especiais, desenvolvendo as suas potencialidades, dentro dos seus limites, proporcionando aos praticantes benefícios físicos, psicológicos e sociais”.

Sem vontade de descer do cavalo, Valter, Luísa e Susete mal podem esperar pela próxima aula. E pela próxima prova.

Comentários
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  • Susana Rios
    10 jan, 2018 Santa Maria de Lamas 22:20
    Parabéns! Devia de se estender a mais destacamentos! Tenho um candidato para o destacamento Santa Maria de Lamas! 😉
  • pois é
    10 jan, 2018 16:17
    A GNR ganha demais para estar nestas tarefas. A sua missão é outra e é para a sua missão que ganham balurdios. Deixem os deficientes para outras pessoas tratarem...
  • Filipe
    10 jan, 2018 évora 13:23
    Os animais Cavalos e os animais Humanos deviam fazer par e andarem nos terrenos como antigamente a fiscalizar o cumprimento das leis e não dedicados ao circo , para isso existem entidades particulares que podem e prestam apoio para o fim pretendido , o lazer ! Não admira o país estar na mão dos criminosos , anda tudo entretido e os crimes ao lado nem os conseguem ver !

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