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​Papa recorda visita a Portugal, apela ao diálogo entre as Coreias e à paz na Síria

08 jan, 2018 - 11:11 • Ângela Roque

Francisco fez um balanço de 2017 no habitual discurso de Ano Novo perante o corpo diplomático acreditado junto da Santa Sé.

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O Papa recordou esta segunda-feira a viagem a Portugal e a visita a Fátima, em Maio passado.

“A Portugal, desloquei-me como peregrino, no centenário das aparições de Nossa Senhora em Fátima, para celebrar a canonização dos pastorinhos Jacinta e Francisco Marto. Pude constatar a fé, cheia de entusiasmo e alegria, que a Virgem Maria suscitou na multidão de peregrinos que então lá se reuniu”, disse Francisco por ocasião do habitual discurso de Ano Novo ao corpo diplomático acreditado junto da Santa Sé.

Num longo discurso aos embaixadores, Francisco começou por fazer o balanço de 2017 e das viagens pastorais que realizou, mas alertou para os perigos que determinados conflitos representam para a paz no mundo, nomeadamente a Coreia do Norte.

“É de suma importância que se sustente toda a tentativa de diálogo na península coreana, a fim de se encontrar novos caminhos para superar as contraposições actuais, aumentar a confiança mútua e garantir um futuro de paz ao povo coreano e ao mundo inteiro”.

Francisco lamentou ainda a recente escalada de tensão na Terra Santa, considerando que “setenta anos de confrontos tornam extremamente urgente encontrar uma solução política que permita a presença na região de dois Estados independentes dentro de fronteiras internacionalmente reconhecidas”, e apelou ao esforço comum de israelitas e palestinianos para que respeitem “em conformidade com as Resoluções das Nações Unidas, o status quo de Jerusalém, cidade santa para cristãos, judeus e muçulmanos”.

Pediu também à comunidade internacional que “não esqueça o sofrimento em muitas partes do continente africano, especialmente no Sudão do Sul, República Democrática do Congo, Somália, Nigéria e República Centro-Africana, onde o direito à vida está ameaçado pela exploração indiscriminada dos recursos, pelo terrorismo, pela proliferação de grupos armados e por prolongados conflitos”.

“Não basta sentir indignação perante tanta violência!”, disse o Papa, “é preciso que cada um, no seu próprio âmbito, trabalhe ativamente por remover as causas da miséria e construir pontes de fraternidade, premissa fundamental para um desenvolvimento humano autêntico”.

“Uma terra mais bela e habitável”

Neste discurso, o Papa não esqueceu a questão das alterações climáticas.

“É preciso enfrentar, com um esforço conjunto, a responsabilidade de deixar às gerações seguintes uma terra mais bela e habitável, esforçando-se, à luz dos compromissos concordados em Paris no ano de 2015, por reduzir as emissões de gás nocivas à atmosfera e prejudiciais para a saúde humana.

Francisco falou ainda de liberdade religiosa, lembrando que este direito é “muitas vezes menosprezado não sendo raro que a religião se torne quer ocasião para justificar ideologicamente novas formas de extremismo quer pretexto para a marginalização social, senão mesmo perseguição, dos crentes”.

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