15 dez, 2017 - 12:02
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O arquitecto Manuel Aires Mateus é o Prémio Pessoa 2017, foi anunciado esta sexta-feira em Sintra, no Palácio de Seteais.
O presidente do júri, Pinto Balsemão, destacou "a arquitectura moderna, abstracta e contemporânea", do arquitecto, com apelo a "formas e materiais vernaculares portugueses, que integra de um modo exemplar", com "carácter inovador", numa "continuidade entre o passado e a actualidade".
No anúncio do vencedor deste ano, Pinto Balsemão apontou a "obra pública vasta" de Manuel Aires Mateus, como o Centro de Criação Contemporânea de Tours e a sede da EDP em Lisboa.
O “Expresso”, promotor do Prémio Pessoa, escreve que o arquitecto, professor universitário em Portugal e no estrangeiro, “acumula uma vasta obra de arquitectura” e que é a terceira vez que o Prémio é atribuído a um nome da arquitectura portuguesa, depois de Souto Moura e de Carrilho da Graça.
O jornal destaca o projeto de um novo polo cultural em Lausanne (Suíça) e o “edifício flutuante” inaugurado este ano em Tours como exemplos do reconhecimento do trabalho de Manuel Aires Mateus.
O arquitecto nasceu em Lisboa em 1963 e licenciou-se em Arquitectura na Universidade Técnica de Lisboa, em 1986.
É professor na Universidade Autónoma de Lisboa desde 1998 e na Universidade Lusíada desde 1997, tenso sido também professor convidado na Graduate School of Design da Harvard University (EUA), na Fakulteta za Arhitekturo, Universa v Ljubljani (Eslovénia) e tem leccionado na Accademia di Architectura, de Mendrízio (Suíça) desde 2001.
Participa em diversos seminários e conferências em diferentes países.
Em 1983, iniciou uma colaboração com Gonçalo Byrne e, em 1988, começou também a desenvolver projectos com o seu irmão, Francisco Aires Mateus, donde nasceu o atelier Aires Mateus Arquitectos.
O seu trabalho tem sido distinguido com importantes prémios, como Enor 2006, Contractworld 2007, II Bienal Ibero Americana de Arquitetura, o Luigi Cosenza Prize, o Prémio de Arquitectura e Urbanismo da cidade de Aveiro e o Prémio Valmor 2002.
O Prémio Pessoa distingue todos os anos uma personalidade portuguesa que tenha tido uma "intervenção particularmente relevante e inovadora na vida artística, literária ou científica".
O vencedor da edição do ano passado foi o escritor e filólogo Frederico Lourenço, de quem o júri elogiou o "traço singular" de ter oferecido "à língua portuguesa as grandes obras de literatura clássica".
O Prémio Pessoa, que vai na sua 31.ª edição, tem um valor monetário de 60 mil euros e é uma iniciativa do jornal “Expresso”, com o patrocínio da Caixa Geral de Depósitos.
O júri deste ano é composto por Francisco Pinto Balsemão (presidente), Emídio Rui Vilar (vice-presidente), Ana Pinho, António Barreto, Clara Ferreira Alves, Diogo Lucena, Eduardo Souto de Moura, José Luís Porfírio, Maria Manuel Mota, Maria de Sousa, Pedro Norton, Rui Magalhães Baião, Rui Vieira Nery e Viriato Soromenho-Marques.
O Prémio Pessoa foi atribuído pela primeira vez em 1987, ao historiador José Mattoso.
Desde então foram reconhecidos, entre outros, o poeta António Ramos Rosa, a pianista Maria João Pires, os investigadores António e Hanna Damásio, o neurocirurgião João Lobo Antunes, o arquiteto Eduardo Souto Moura, o constitucionalista José Joaquim Gomes Canotilho, a historiadora Irene Flunser Pimentel, o ensaísta Eduardo Lourenço, a investigadora Maria Manuel Mota e o artista plástico Rui Chafes.