15 dez, 2017 - 13:50
Veja também:
A arquitectura moderna, abstracta e contemporânea de Manuel Aires Mateus, autor de projectos como o novo edifício da sede da EDP ou o Museu de Design e Arte Contemporânea de Lausanne é destacada na atribuição do Prémio Pessoa deste ano.
À Renascença, Aires Mateus diz que fazer “casinhas em Portugal” é o “trabalho principal” do gabinete que partilha com o seu irmão, Francisco Aires Mateus, “e até o trabalho de que mais gostamos”.
Na opinião do galardoado, o prémio é colectivo: “Obviamente, recebo-o com o meu irmão Francisco, recebo-o com toda a gente que trabalhar connosco”, explica.
Manuel Aires Mateus é o terceiro arquitecto a receber o Prémio Pessoa, juntando-se a Carrilho da Graça e Souto Moura – este último membro do júri deste ano e distinguido em 1998.
Nesse sentido, o arquitecto diz receber a notícia do prémio também “no contexto da arquitectura portuguesa”, não só pelos “dois Pessoas anteriores”, como pelos “arquitectos que foram os nossos mentores, como o Siza, o Gonçalo Byrne”.
Eduardo Soto Moura recorda que Aires Mateus tem obras emblemáticas quer em Portugal quer no estrangeiro e diz-se muito satisfeito com a distinção atribuída à classe.
“É um regozijo para nós, para a classe e para a disciplina, que o maior prémio de cultura portuguesa ser para um arquitecto e neste caso encaixa 100%, porque é um arquitecto que tem 50 anos, tem um futuro à frente e, pela definição do Prémio Pessoa, este prémio é um incentivo à continuidade, porque já foi feito e vai ser feito melhor”, afirma à Renascença.
O arquitecto só lamenta que não haja mais notícias em Portugal sobre prémios ganhos lá fora por portugueses.
“A arquitectura tem um passado de grande relevo no estrangeiro que nem sempre é noticiado cá. Por exemplo, na semana passada houve três prémios grandes na Europa para arquitectos portugueses”, aponta.
O Prémio Pessoa, além da distinção, contém um valor: 60 mil euros que este ano seão entregues a Manuel Aires Mateus.