12 out, 2017
Voltam a estar activos 72 postos de vigilância de fogos florestais, até ao fim do corrente mês. Os 231 postos de vigia deste tipo haviam sido encerrados no final de Setembro, como se vivêssemos em clima habitual e não tivesse havido terríveis incêndios florestais desde Junho.
Mas o Governo e a Protecção Civil parecem ter seguido uma orientação meramente burocrática nesta matéria – fase Delta, fase Charlie, etc. – e não contaram com o anormal calor de Outubro. Calor que os meteorologistas haviam previsto.
Embora tarde, foi preciso recuar e reabrir postos de vigia, bem como aumentar os meios aéreos de combate aos incêndios. Mas nada pode eliminar as centenas de fogos florestais que já se registaram em Portugal no corrente mês e os mortos que eles provocaram. Não era costume haver tanto calor em Outubro? Pois não, mas não faltaram avisos. As alterações climáticas não são uma fantasia.
Governar é prevenir. E as autoridades, a começar pelo Governo, não previu aquilo que toda a gente receava. É o preço de “governar à vista”, olhando apenas para o presente.
Os incêndios florestais na Califórnia já fizeram 17 mortos, 150 desaparecidos e 30 mil desalojados, não obstante os americanos disporem de meios de combate mais abundantes e sofisticados do que os nossos. Mas a tragédia na Califórnia não desculpa a ligeireza e a incompetência com que o combate aos fogos foi tratado este ano em Portugal. E já nem falo da prevenção nem na fraca importância que ela parece ter na proposta de Orçamento para 2018.