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Santos Silva defende "negociação e compromisso" entre PS e PSD em matérias essenciais

12 mar, 2024 - 01:12 • Marisa Gonçalves

Em declarações à Renascença, o socialista que preside à Assembleia da República considera que deve ser o PS a liderar a oposição à AD, e não o Chega.

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O socialista Augusto Santos Silva não se compromete com uma análise a cenários de governabilidade, mas entende que face aos resultados da noite eleitoral, "caberá ao PS o lugar da oposição", no entanto, abre a porta a entendimentos com o PSD, dando como exemplo a área da justiça.

“Há matérias que, pela sua importância, aconselham a que haja diálogo, cedência mútua, negociação e compromisso entre os dois partidos, ou entre o Governo e a oposição. Uma área que está mesmo a pedir isso é área da justiça. Portanto, um ser governo e o outro ser oposição não significa que não se entendam nas áreas em que é preciso entender-se e não significa que radicalizem as suas posições, quando as suas posições são tradicionalmente próximas”, declara à Renascença.

O ainda presidente da Assembleia da República diz também que as eleições legislativas do último domingo trouxeram resultados complexos, que exigem prudência e responsabilidade aos atores políticos. O crescimento do Chega é um dado que lhe merece reflexão, mas entende que não deve ser demasiado valorizado.

“O Chega obteve um milhão e 100 mil votos, o que são 18% dos eleitores. Eu também olho para os restantes 82%. Portanto, não dêmos mais importância a um fenómeno que, na minha opinião, já tem uma gravidade assinalável. A pior coisa que podia suceder a Portugal seria ter um bloco central assumido ou envergonhado e o Chega a liderar a oposição”, aponta o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros.

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Augusto Santos Silva não entra em conjeturas sobre o tempo que poderá durar a próxima legislatura. Defende que o importante é contribuir para a estabilidade do sistema democrático.

“Sei que o país já pagou um preço bastante elevado, na minha modesta opinião, por ao longo de 2023, senão mesmo ao longo de 2022, se terem sucedido os comentários sobre uma eventual interrupção da legislatura. Nós devemos contribuir para a estabilidade. Os resultados são conhecidos, portanto, é hora de construir e não de estar a imaginar já a próxima catástrofe”, afirma o antigo ministro.

Augusto Santos Silva acredita que o Presidente da República irá convidar Luís Montenegro a formar Governo, “dado que tudo parece inclinar-se para que seja a AD [Aliança Democrática] a liderar” o próximo executivo.

Nestas legislativas antecipadas, Augusto Santos Silva voltou a encabeçar a lista do PS no círculo Fora da Europa e diz aguardar esses resultados com “serenidade”.

Esta terça-feira, o Presidente da República começa a ouvir os partidos e coligações que obtiveram representação parlamentar nas eleições legislativas antecipadas, começando pelo PAN e terminando na AD, no dia 20. Nesse dia, serão conhecidos os resultados da emigração, de acordo com a Comissão Nacional de Eleições.

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  • ze
    12 mar, 2024 aldeia 09:48
    Quanto mais ostracizarem o Chega, mais ele cresce,É uma amostragem clara desta figura do ps a sua democracia,para ele e muitos do ps ,só vale a democracia socialista, ainda não se aperceberam que o "reinado deles" está a acabar.O povo é que elege deputados,e estes têm o dever de trabalhar para desenvolver o país e de dar melhores condições de vida ao povo, nada disto têm feito desde á 50 anos que se vão governando ,deram 4 bancas rôtas a Portugal,e mesmo com uma maioria absoluto foram corridos da governação por suspeitas de corrupção,Esta triste figura deveria era de pedir perdão aos portugueses e afastar-se de vez da politica,não deixa saudades!....
  • Anastácio José Marti
    12 mar, 2024 Lisboa 08:34
    Apesar de já nada parecer estranho tudo o que vem deste sujeito, é necessário perguntar onde é que ele andou nos últimos 8 anos, e que negociação de compromisso é que ele e o partido de que faz parte propuseram fosse a quem fosse? É por causa de políticos destes, que assim se comportam o que só os qualifica, que trouxeram o país ao ponto em que se encontra, mas que os portugueses dispensam de há muito tempo, pois onde está a honestidade intelectual do próprio quando apenas faz esta sugestão quando o partido de que faz parte perde o poder? É altura para lhe dizer que já que nada fizeram do muito que podia e deviam ter feito, respeite os resultados eleitorais e quem as ganhou, que irá assumir as consequências das irresponsabilidades e incompetências provadas do partido de que o mesmo faz parte.

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