02 jun, 2017
No campo do politicamente correcto, nomeadamente o combate à discriminação, a Airbnb tem assumido um papel de liderança. A plataforma de partilha de casas e quartos compromete-se a implementar regras de não discriminação mais estritas do que as que se encontram nas leis dos países mais avançados neste campo.
A intenção da empresa é louvável. No entanto, posturas tão drásticas como esta correm o risco de fazer mais mal do que bem. Esse é o caso, por exemplo, com a regra — incluída na página em inglês da Airbnb — que o anfitrião não pode declinar uma reserva com base na idade dos hóspedes.
Consideremos o dono de uma casa em Torremolinos. Meia dúzia de alunos universitários pretendem arrendá-la por alguns dias como parte de uma viagem de finalistas. Estatisticamente, as viagens de finalistas representam uma operação de alto risco para o proprietário.
Pessoalmente, preferiria não ter nenhum hóspede do que ter uma festa em que a combinação de álcool, juventude e distância do país de origem normalmente leva a resultados péssimos.
Nestas condições, a tentativa de tornar o mercado mais justo pode resultar na eliminação do mercado.
O problema da discriminação não se limita à Airbnb. Se as seguradores fossem obrigadas a fixar os mesmos prémios independentemente da idade, o mercado do seguro automóvel seria provavelmente menos eficiente. E não é evidente que fosse mais justo.
Há diferenças estatísticas que justificam um certo grau de discriminação. Um jovem de 18 anos que afinal é um excelente condutor sente-se discriminado por ter de pagar um prémio superior. Em certo sentido, tem de pagar pela inexperiência média do grupo a que pertence, é uma vítima da idade que tem. No entanto, a alternativa seria provavelmente ainda pior.
Em última análise, é uma questão de bom senso.