Vivemos numa sociedade de consumismo. Também de consumismo verbal, líquido e volátil, em que as palavras e as palmas levitam e voam. O Papa Francisco apareceu em Fátima, sóbrio e simples, debilitado, estreme, essencial. Um homem de fé, um homem de pé, diante de Maria, a Mãe, que Isabel já tinha definido como «aquela que acreditou». «Mãe» é também uma figura essencial, um termo essencial, que não precisa de ser explicado, para se perceber o seu peso específico e o seu significado, como sucede, de resto, com outros termos essenciais que atravessam o Evangelho, como «casa», «porta», «pão», «água», «luz», «pastor», «caminho», «vida», «videira». Há dez anos atrás, em 12 de maio de 2007, no Santuário de Aparecida, no Brasil, Bento XVI recorreu ao termo, igualmente estreme e essencial, «casa», para desenhar a fisionomia bela da Igreja: «A Igreja é a nossa casa! Esta é a nossa casa!», insistiu. Agora, dez anos depois, em 13 de maio de 2017, em Fátima, o Papa Francisco encheu a casa de ternura e de alegria com a figura da Mãe: «Temos Mãe! Temos Mãe!», repetiu. Homem de fé, homem de pé, em casa, diante da Mãe, simples, debilitado, estreme, essencial, sem excessos nem retóricas. «Acreditei, por isso falei» (2 Cor 4,13), é a razão de São Paulo ser como é. «Acreditei, por isso falei», é a razão de Francisco ser como é.
Por tudo, demos graças a Deus, e peçamos à Sua e nossa Mãe que nos acolha como filhos, simplesmente como filhos, sem alaridos, na sua casa de graça iluminada!