19 abr, 2017 • Liliana Carona
Filipe tem 22 anos, gosta de Andrea Bocelli e tem um “ouvido absoluto”, diz a mãe. O diagnóstico de autismo nos primeiros anos de vida é um muro que a música ajuda a transpor.
Está a tirar uma licenciatura em Música e faz parte dos Buéanimados, um projecto inovador lançado pela Associação Portuguesa para as Perturbações do Desenvolvimento e Autismo (APPDA) de Viseu.
Percebendo a vocação dos jovens para as artes, criou um grupo de animadores e artistas, composto por 20 jovens adultos.
Os “BuéAnimados”, vão a festas de aniversário, casamentos, baptizados, a qualquer evento onde sejam chamados. Cantam, representam, pintam e as receitas do trabalho têm por objectivo equipar uma casa que os vai permitir viver de forma independente. A liberdade, o poderem ser autónomos já não é um sonho, mas uma realidade. “Desinstitucionalizar” é o objectivo.
Estima-se que em Portugal, uma em cada 120 crianças em idade escolar tem perturbação do espectro do autismo. Não tem cura mas o mais importante é a luta pela liberdade e autonomia.