24 fev, 2017
O défice orçamental de 2016 terá ficado praticamente em 2% do PIB. É o défice mais baixo desde 1974 e o Governo, e em particular o ministro das Finanças, têm mérito neste número. É certo que vários factores que jogaram a favor da redução do défice em 2016 não se repetirão no ano corrente – como o perdão fiscal, as cativações de verbas orçamentadas, reduzindo brutalmente a despesa corrente (e originando problemas nas escolas, tribunais, prisões, hospitais, etc.), algo que não se pode voltar em 2017. Assim como não se repetirá o baixíssimo investimento público do ano passado.
Mas é de assinalar a firmeza governamental no cumprimento das metas europeias. Aliás, o Governo foi além delas. O que é curioso, porque os socialistas fartaram-se de criticar Passos Coelho por ele, alegadamente, “ir além da troika”. Agora já não há troika em Portugal, mas ainda estamos debaixo do Procedimento por Défice Excessivo (implicando uma maior vigilância por parte da Comissão Europeia). Felizmente, os bons resultados obtidos nas contas públicas em 2016 aliviarão essa vigilância.
Quem não gostou de o Governo ter superado as metas europeias foram os seus parceiros de extrema-esquerda. É natural, vindo de quem é contra o euro e a integração europeia.