15 fev, 2017
O regresso da Liga dos Campeões Europeus trouxe-nos dois jogos marcados pela diferença nos mais variados domínios.
Em Paris, um semi-caduco Barcelona foi triturado pelo PSG. E, mais do que a exibição da equipa francesa, o que melhor se fixa na retina é o resultado alcançado sobre os catalães.
Luis Enrique e “sus muchachos” não vão recompor-se tão cedo de um esmagamento com o qual não contavam e os deve ter atirado prematuramente borda fora da Champions.
Na capital portuguesa, o Benfica também foi asfixiado pelo poderoso Borússia de Dortmund. Mas foi, apesar disso, capaz de resistir e manter erguida a bandeira com a qual na Renânia-Vestefalia vai tentar contrariar a ideia de que no estádio da Luz a vitória por um golo só foi possível porque os deuses da fortuna ajudaram a águia a manter-se em voo.
Mas, em boa verdade, Rui Vitória tem forçosamente que mudar o guião para o desafio do próximo dia 8 de Março, não ficando à espera que Ederson possa voltar a travestir-se de anjo salvador e tornar-se no grande responsável por uma qualificação que não está perdida, longe disso, mas em relação à qual se colocam, a partir de ontem à noite, sérias dúvidas.
A defesa encarnada, normalmente o grande suporte da equipa, viu-se em “palpos de aranha” para suster os germânicos durante quase todo o jogo. E foram eles que dispuseram das melhores oportunidades para alcançar um resultado diferente.
Pep Guardiola, que ainda há pouco tempo afirmou ser o sector defensivo do Benfica um autêntico fenómeno e um verdadeiro case-study europeu, deveria ter sido impedido de visualizar o jogo de ontem à noite, no estádio da Luz, para não ter agora que contrariar-se a si próprio e esclarecer que aquelas foram apenas afirmações de circunstância.
Ficam lições do jogo de ontem? Sem dúvida. O que devem é ser bem aproveitadas para se tornarem susceptíveis de produzir alterações que permitam ao Benfica sair incólume do difícil estádio de Dortmund onde, como invariavelmente, mais de 80 mil adeptos, formando uma autêntica “muralha amarela”, vão tudo fazer para ajudar a demonstrar que o resultado de Lisboa não passou de um acidente de percurso.