Emissão Renascença | Ouvir Online
Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
A+ / A-

Uma tragédia e uma vergonha

16 jan, 2017 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Nos campos de refugiados da Europa acontecem uma tragédia humanitária e uma vergonha para os ideais europeus.

Nos campos de refugiados, sobretudo na Grécia, dezenas morrem de frio. Vivem – os que sobrevivem – em tendas de lona, que talvez funcionem no Verão, mas agora não impedem nem o frio quase polar nem a chuva que tudo encharca no interior das tendas. Uma tragédia humanitária e uma vergonha para os ideais europeus.

É o segundo inverno com milhares de refugiados em campos pobremente equipados. Tudo era previsível, mas nada de substancial foi feito para proteger os refugiados das inclemências meteorológicas.

É chocante a hipótese que alguns avançam: tratar-se-ia de uma inacção deliberada, para dissuadir novas vagas de imigrantes na Europa. De facto, a chegada de migrantes à UE caiu mais de 70% em 2016. Mas o número de mortos no Mediterrâneo aumentou quase 40%, apesar das operações de resgate (em que têm participado militares e navios portugueses). Outra tragédia.

Importa não ser injusto com a Grécia, um país em crise económica profunda que não recebe ajuda significativa dos parceiros europeus no acolhimento a refugiados. Toda a Europa é responsável por estas tragédias, a começar pelos países da UE que se recusam a receber refugiados.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Indignado
    18 jan, 2017 Tomar 12:49
    Sr. Cabral, pela idade que tem, já devia ser sensato. De que ideais europeus está falando, quando estamos num continente onde o extermínio daqueles que são considerados indesejáveis é uma realidade com mais de 30 anos..., ou aceita o aborto=matança de Inocentes, a eutanásia=matança da "peste grisalha" e a existência de clínicas de extermínio? O pensamento e acção que tanto se critica aos socialistas alemães..., está bem vivo! E porque nega uma invasão muçulmana, daqueles que querem viver à custa do trabalho europeu e impor a sua religião com o apoio dos vermelhos/ateus marxistas culturais, a fim de destruírem a cultura europeia de raíz romano-cristã? Mas há gente que precisa da nossa ajuda, que são vítimas inocentes, especialmente as crianças. É bem certo e merecem ser ajudadas..., mas com a condição de a maioria (admito que se receba alguma gente pacífica) regressar ao seu país de origem, no qual a Europa deve ajudar na reconstrução nacional..., este sim, é um honesto comportamento. O resto, é demagogia vermelha! Espero não ser censurado!
  • MASQUEGRACINHA
    17 jan, 2017 TERRADOMEIO 18:16
    Subscrevo inteiramente, até a suspeita da inação deliberada, de que a falta de apoios à Grécia e o encher das algibeiras à Turquia me parecem fazer parte. Embora uma discussão sobre as causas e responsabilidades de tão ignóbil situação seja necessária e útil, não é de facto o mais importante perante a urgência de pessoas, seres humanos de carne, sangue e ossos como todos nós, a padecerem frio, fome, doenças, enfim, à nossa porta. É por termos problemas dentro de casa que aquele horror passa a ser secundário? É porque a culpa não é nossa que nada daquilo interessa? Parecemos os alemães, os polacos e os húngaros, e outros, a verem passar os comboios para os campos da morte nazis, não era culpa deles, não era nada com eles, também passavam dificuldades, coitados. Nem que mais não seja, a compaixão ainda não paga imposto, e a brutalidade não dá descontos no IRS. Força ao articulista: acorde-nos, que bem precisamos, parece que adormecemos na banalidade do mal.
  • Albertina Sarmento
    17 jan, 2017 Anadia 11:29
    FSCabral, o típico "organizador de bailes de caridade no centro paroquial para ajudar os pobrezinhos"!
  • Justus
    16 jan, 2017 Espinho 17:28
    Tudo era previsível, sim senhor Sarsfield. Só que nunca vi o senhor escrever uma linha quando os países ocidentais, incluindo os EUA, instigaram o caos e o derrube dos regimes nos países do médio oriente. O senhor calou-se então, porque os ocidentais podiam fazer o que quisessem para se banquetearem com o petróleo, o gás e todos os despojos de países e povos indefesos. Nessa altura, o senhor achava que não era previsível o que agora está a acontecer - a fuga em massa desses países, mas acha agora que era previsível o frio de inverno no ocidente. Os verdadeiros e únicos responsáveis pelo que acontece agora aos refugiados que chegam à Europa são aqueles países que fomentaram e colaboraram na destruição dos países de origem e bem assim todos aqueles escribas, submissos e alinhados, que não tiveram coragem de apontar os erros e crimes cometidos, mas gostam de vir, depois, criticar quem tarda em não remediar esses crimes. Não invertamos as coisas, Sr. Sarsfield, o que se passa com os refugiados tem causas e agentes próprios e seria bom que o senhor nunca se esquecesse disso. Quando em Portugal, há anos atrás, Mário Soares (praticamente o único) se insurgiu contra o embuste da guerra no Iraque (que agora todos admitem!) não vimos o senhor apontar fosse o que fosse aos instigadores da invasão, Bush, Blair e Azenar e muito menos ao amigo Durão Barroso. O problema dos refugiados, Sr. Sarsfiel, começa aí, com um enorme embuste e uma guerra totalmente desnecessária. O resto é conversa.
  • Albertina Sarmento
    16 jan, 2017 Anadia 17:13
    O drama, a tragédia, o horror, a vergonha! Artur Albarran - versão II
  • Luis B.
    16 jan, 2017 Para cá da muralha da China 15:44
    Não se deve falar da crise económica grega mas sim do governo bloquista que sobre pensões à margem dos acordos com os credores e se borrifa para os compromissos que assumiu com quem lhe emprestou dinheiro... A Grécia bloquista/comunista é a primeira em termos de responsabilidade. Seguem-se a CE e outros como o ex-conselheiro para os refugiados, António Guterres, que passeou muito e pouco fez.. aliás o problema dos políticos é esse: falam bem, convencem muitos, mas pouco ou nada sabem fazer, porque nunca fizeram nada na vida... Os políticos da extrema esquerda, como o Tsipras, emergem do meio da desilusão dos votantes, mas depois confirma-se que eles são mais do mesmo: políticos!!!
  • Teresa
    16 jan, 2017 lisboa 12:16
    o apoio deve ser dado nos países de origem. A Europa não pode ser o vazadouro do mundo. Devem ser todos devolvidos à sua origem e enviar apoio para lá.
  • Valdo
    16 jan, 2017 Ribas 11:33
    Pois é, caro senhor... tem países em que alguns nativos, trabalhadores e em dia com os seus impostos, têm vontade de sair do país uns 100 metros, voltar a entrar e na fronteira do própro país, declarem-se refugiados para que o seu país lhes dê as mesmas condições que dão aos refugiados já instalados. Afinal, caro senhor Francisco Sarsfield Cabral, onde está a verdade ?. Quem precisa realmente de auxílio em certos países da Europa,... não serão também os europeus ?... ou só se falo na situação dos refugiados para parecer bonito e ficar bem na fotografia ?!...