22 nov, 2016
A eleição de Trump deu alento aos populistas na Europa. Mas, no último fim-de-semana, dois factos trouxeram alguma esperança de travar a vaga xenófoba e eurocéptica.
A chanceler Merkel anunciou que se candidataria a um quarto mandato. O capital político de Merkel baixou com a crise dos refugiados. A chanceler tomara uma posição corajosa e solidária de abertura à vinda de refugiados, posição que não foi aceite por muitos alemães. Mas Merkel já recuperou um pouco dessa bem intencionada imprudência.
Não se vislumbra na Europa outro líder com a determinação dela para impedir a fragmentação da UE. E com autoridade para se opor às tendências isolacionistas e xenófobas de Trump.
Em França, as primárias da direita eliminaram Sarkozy. Os conservadores precisam de um líder capaz de vencer Marine Le Pen numa provável segunda volta das eleições presidenciais francesas, em Abril-Maio de 2017.
Ora, a estratégia de Sarkozy (que o levou à presidência em 2007, mas não funcionou contra Hollande em 2012) consistia em se apropriar de bandeiras das Frente Nacional de Le Pen. Estratégia agora derrotada.