27 set, 2016
Voltou a falar-se num possível segundo resgate financeiro a Portugal. A receita da “geringonça” – promover o crescimento económico dinamizando o consumo – manifestamente não resulta. E com a economia quase estagnada, a prazo não haverá finanças públicas que resistam.
Mas não será já: invertendo a sua posição face à “troika” e à coligação PSD/CDS, a prioridade do governo de António Costa é colocar o défice orçamental abaixo dos 3% do PIB, sacrificando o que for preciso.
Por isso em 2016 não creio que o governo falhe a meta desse défice. O problema será depois. Ora é uma ilusão perigosa pensar que, de novo à beira da bancarrota, o Estado português seria outra vez ajudado com um empréstimo, como aconteceu em 2011.
Nessa altura, a Alemanha de Merkel demorou eternidades até concretizar o primeiro resgate à Grécia. Com eleições gerais daqui a um ano e em perda de popularidade por causa dos refugiados, não se vislumbram condições para que Merkel embarque num segundo resgate a Portugal ou a outro país. E as eleições presidenciais em França em 2017, com Marine Le Pen candidata de peso, nada facilitam uma iniciativa dessas.