29 ago, 2016
Havia expectativa sobre o que diria a Presidente da Reserva Federal (Fed) no encontro de banqueiros centrais em Jackson Hole, EUA. Janet Yellen disse o previsível: hoje há mais argumentos para a Fed subir o juro de referência, que está baixíssimo (0,5%). Mas não se comprometeu com datas nem com valores.
J. Yellen não esconde o jogo: aguarda para ter mais certezas. A ameaça de deflação e os juros em níveis historicamente baixos colocam os bancos centrais em território desconhecido. Daí as opiniões divergentes, incluindo dentro da própria Fed, sobre o que fazer.
É provável que os juros da Fed subam um pouco ainda no corrente ano. E depois se sucedam subidas graduais, atraindo capital para os EUA. Não parece que haja grande risco de os juros da dívida pública portuguesa se tornarem por isso exorbitantes, desde que o BCE continue a comprá-la (o que se seria inviável caso a agência de rating canadiana colocasse a nossa dívida no “lixo”).
E os juros americanos mais altos valorizarão o câmbio do dólar, ajudando as nossas exportações de bens e serviços para fora da zona euro.