27 jul, 2016
As contas públicas do primeiro semestre do ano parecem ter entusiasmado o Governo e a própria Comissão Europeia. Aliás, os governantes portugueses, hoje, quase só falam na alegadamente boa execução orçamental, tendo deixado cair o crescimento económico. Este abranda significativamente, contrariando a aposta de A. Costa e M. Centeno de dinamizar a economia através de um maior consumo.
O abrandamento económico revela-se, aliás, num aumento da receita fiscal inferior ao previsto. Ora, sendo a meta do défice orçamental fixada em percentagem do PIB, se este fica abaixo do previsto, alcançar essa meta torna-se mais difícil.
Mas levantam-se outras dúvidas sobre os números da execução orçamental no primeiro semestre de 2016. Houve uma forte baixa no investimento público, o que não pressagia nada de bom para o futuro. Os pagamentos do Estado em atraso chegam, oficialmente, a 1.145 milhões de euros – e poderão ser mais. Também se assinalam atrasos nas devoluções de IRS.
Daí que seja de esperar, na segunda metade do ano, uma execução fiscal bem menos positiva.