31 mai, 2016
Incapaz de um consenso sobre a crise dos refugiados, a UE, impulsionada pela Alemanha, fez um acordo com a Turquia. Este país controlaria a vaga de emigrantes ilegais no mar Egeu, enviando para a UE apenas emigrantes legais.
Em contrapartida, a UE pagaria uma soma substancial à Turquia, recomeçaria as negociações de adesão interrompidas há anos e permitiria a entrada de turcos no espaço comunitário sem exigir vistos.
Mas estas contrapartidas são condicionadas à protecção dos direitos humanos na Turquia (onde se multiplicam as prisões de jornalistas, os ataques aos curdos, a islamização, etc.).
Ora, a Turquia, que há anos se empenhou em aderir à UE (e por isso aboliu a pena de morte, por exemplo) caminha agora para um Estado autocrático.
O Presidente Erdogan ameaçou não ratificar o acordo, recusando-se a alterar as suas leis antiterrorismo, inaceitáveis para os valores europeus. E a UE resiste a permitir aos turcos entrarem sem vistos no território comunitário.
Este acordo não irá longe. Mas, entretanto, a Europa comunitária pôs em causa alguns dos seus valores essenciais.