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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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Desigualdades chocantes

27 mai, 2016 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Accionistas e investidores há muito criticam ganhos dos gestores que julgam excessivos, mas agora começam a manifestar-se contra as diferenças crescentes entre os vencimentos dos gestores e os salários dos outros trabalhadores.

Tem aumentado a preocupação com as desigualdades de rendimento, que não param de se alargar nas últimas décadas. São uma ameaça à coesão social em países ditos desenvolvidos e também em sociedades menos ricas, mas que conheceram um forte crescimento económico, como a China.

Accionistas e investidores há muito criticam ganhos dos gestores que julgam excessivos, mas agora começam a manifestar-se contra as diferenças crescentes entre os vencimentos dos gestores e os salários dos outros trabalhadores.

Diz o "Financial Times" que os accionistas se revoltaram contra os ganhos dos gestores do Deutsche Bank, Goldman Sacks, Citigroup, Renault, BP, etc. Ora tal revolta não tem tanto a ver com um alegado mau desempenho da gestão, como era habitual, mas sobretudo com a diferença entre os vencimentos dos gestores e os salários dos trabalhadores.

Em Portugal um estudo da Deco Proteste revela que os CEO (gestores de topo) de grandes empresas ganham, em média, 23,5 vezes mais do que os trabalhadores. Em 2015 os vencimentos dos gestores subiram, em média, 14% e os dos trabalhadores 3,5%.

Dá que pensar.

Comentários
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  • Vasco
    27 mai, 2016 Santarém 22:39
    A isto acresce o problema de que quando estes levam o barco ao fundo sacodem as mãos como Pilatos e não são chamados a pagar os danos causados a justiça é sempre branda para com estes senhores, meter para aqui partidos ou políticos como alguns estão a pretender de nada lhes vale pois não há ideologia ou partido imune ao capital por mais farsolas que procurem fazer provando o contrário.
  • Ricardo MArtins
    27 mai, 2016 Lisboa 20:37
    Lágrimas de crocodilo o Sr. Francisco sabemos bem apoia a 100%, a direita neo-liberal, e a troíka responsáveis pelos factos que descreve queria o que milagres com o seus amigos da troíka a mandarem durante 4 anos.
  • alvaro quintana
    27 mai, 2016 Aveiro 12:55
    O sr. cabral anda a ficar com um discurso muito próximo do partido comunista... e isso é caso para preocupação. Como diria o mestre cunhal: para trabalho, igual salário. Realmente as desigualdades são chocantes!
  • ana
    27 mai, 2016 amadora 09:53
    Nao ha nada que pensar. Eles podem, portanto metem o dinheiro do lado deles, assim como assim as pe4ssoas precisam e nao estao preocupadas se ganham aquilo que merecem, estao preocupadas em ter que comer em casa. Os accionistas premeiam os baixos salarios porque permitem mais lucro, nada de extraordinario. Os pequenos gestores fazem o mesmo, tem e menos dinheiro a disposicao para que a diferenca seja tão grande. Nao deixa no entanto de ser vergonhosos que se premeie pessoas que fomentam a pobreza e miseria daqueles que precisam. Afinal a funcao social das empreasas parece estar sempre na mao de quem nao pode fazer melhor. Para alem disso sempre ouvi dizer que os exemplos vêm de cima, e quando o proprio estado promove a exploração de mao de obra gratuita e mal paga, nao fazendo ele proprio aquilo que obriga os outros (privados) a fazer, apenas esta a promover as desigualdades e não so, algo que ja nao acontecia de forma tão regular, a fuga aos impostos sobre o trabalho, aceitando as pessoas pagamentos por fora com um sorriso nos labios.
  • Luis
    27 mai, 2016 Lisboa 08:26
    Para este escriba há relativamente ao BES as cagadas boas do Passos e as cagadas más do Socrates. É uma questão de gosto e gostos não se discutem. No dia em que o Ricardo Salgado colocar a boca no trombone então é que vamos ver a verdadeira dimenssão das cagadas e quais foram os que mais obraram. Até lá muitos vão escrevendo aquilo que têm que escrever em função dos seus interesses.