Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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Austeridade de esquerda

08 fev, 2016 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


O governo de A. Costa impõs a maior carga fiscal de sempre. Tornou-se, assim, patético dizer que a austeridade acabou. Agora é uma “austeridade de esquerda”, argumenta-se. É verdade, em parte: a reposição dos rendimentos das famílias beneficia os mais pobres, o que é de saudar.

Ainda bem que o esboço de Orçamento para 2016 não foi chumbado pela Comissão Europeia. Se tal acontecesse, não só os juros da dívida pública portuguesa iriam disparar, como a única agência de rating, aceite pelo BCE que não classifica de “lixo” essa dívida passaria a fazê-lo. O que impediria o BCE de comprar dívida do Estado português e os bancos portugueses de se financiarem no BCE, entregando como garantia títulos dessa dívida.

Para evitar tal catástrofe, o governo de A. Costa impõs a maior carga fiscal de sempre. Tornou-se, assim, patético dizer que a austeridade acabou. Agora é uma “austeridade de esquerda”, argumenta-se. É verdade, em parte: a reposição dos rendimentos das famílias beneficia os mais pobres, o que é de saudar. Mas caiu a baixa do TSU para cerca de um milhão de trabalhadores com salário até 600 euros. E não é socialmente justo nem “de esquerda” carregar nos impostos indirectos, que ricos e pobres pagam por igual.

Sacrifica-se a classe média, a alta e a baixa, que o PS acusou o governo anterior de massacrar. Vejam-se os impostos sobre combustíveis e carros, por exemplo. Ou a subida do imposto de selo no crédito ao consumo e nas operações com cartões de débito e de crédito.

Comentários
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  • Saul
    09 fev, 2016 Lisboa 14:25
    Uma geraçao uma opinião.Neste período carnaval desloquei-me como é habitual ás minhas origens genéticas onde em tipo civilazional práticamente só chegaram ao virar da esquina os impostos.Conversando com um dos seniores com a provecta idade de 95 anos q se enquadra no quadro do SR Antonio , q viveu no tempo de outro Antonio e antes do mesmo,pois n tem carro,n tem casa,n fuma ,n tem fortuna, possui uma regrada reforma , vive numa comunidade de casas desabitadas e campos praticamente despovoados até pelas espécies autoctunes.Numa das conversas habituais comenta parcamente, sabes, estamos no tempo em q os impostos n são moderados nem proporcionais n chegam aos snrs de Lisboa e introduziu-se o principio do utilizador e consumidor pagador,já n se pode ter nada se n pagas duas ou tres vezes rendas ao estado insustentáveis e a minha parca reforma adquirida como imigrante mais resultado proveniente da pouca atividade agricola e pecuária primária n aguenta e termina, Deus pelo menos me dê ainda saúde e mobilidade.
  • carmom
    08 fev, 2016 FAMALICÃO 17:56
    É realmente austeridade de esquerda,ou seja aumentar impostos a quem já pagava para que outros tenham mais regalias.Só os que tem carros do estado,que não pagam combustíveis,não vão sentir qualquer diferença,vão ganhar mais ,sem ter de gastar mais. Não foi Costa que aumentou os impostos,foi Bruxelas que não está disposta a continuar a sustentar quem quer trabalhar o menos possível.
  • JL
    08 fev, 2016 Beja 12:56
    A gente sabe que o FSC não é de esquerda. Mas até tem feito alguns artigos independentes. Aqui não é o caso, parece um deputado a falar.
  • fp
    08 fev, 2016 prt 12:40
    Austeridade tivemos foi à direita...indicadores de crescimento PIB, desemprego, divida, são indicadores que a direita rejeitou, mais divida, mais desemprego, e PIB pior do que aquele quando iniciou funções. O OE da esquerda trabalha nesses indicadores, mais emprego, mais crescimento e menos divida. Se isto não é virar a página...deixem-se de comentários atroz dignos de um país atrasado, nem uma análise séria e credível conseguem.
  • Alberto Souto
    08 fev, 2016 aveiro 10:57
    Ó sr. cabral, começo a não notar diferença entre os seus escritos e os de grande parte dos comentadores que por aqui vejo. Entendo, por exemplo, "patético dizer" que "A. Costa impõs"
  • O Salta-Pocinhas
    08 fev, 2016 Johannesburg 10:11
    E' so' ginastica financeira. Pobre pai's que tanto vai ter que padecer para corrigir os desvarios de alguns.....(ate' foram tantos a desgovernar para que as coisas chegassem onde chagaram). Cada pai's tem os governantes que merece - nao vale a pena se lamentatem. Somos mercedores de aquilo que temos, por muito que nao o queiramos aceitar.