10 dez, 2015
Ontem, teve lugar numa livraria de Lisboa, o lançamento da segunda edição do livro de Hélder Rodrigues, “Coimbra. Cidade Universitária da Lusofonia”. São “Crónicas de afectos com pessoas dentro”, onde a História, o passado das pessoas e a ambição do presente, as instituições e as geografias físicas e humanas, o que fizemos e deixámos cair pelo caminho se conjugam, no modelar dos espaços de pertença de quem vive em Coimbra e faz sonhar o futuro em que gostaríamos de viver.
A Coimbra actual tem razões para confiar no futuro, se agir em vez de se queixar. Há áreas em que tem sabido fazê-lo e tem tido sucesso. Outras, continuam à espera que a iniciativa local atraia e motive os que têm a tutela e os recursos para, com eles, fazerem a diferença.
Como apresentador, a reflexão sobre o conteúdo do livro trouxe-me à memória as recentes queixas e lamentos de Coimbra contra as decisões políticas que levaram à deslocação de serviços desconcentrados da administração do Estado desta cidade para cidades vizinhas. A questão remete para o conceito de capitalidade e a inerente capacidade de dar que uma capitalidade exige. Mas também para a necessidade de um respirar confiança no futuro, para a ambição, o gosto pelo risco, a coragem, o empreendorismo, a rebeldia, para a capacidade de incomodar o poder central.
A capitalidade está associada à capacidade para gerar externalidades num território e estas serem absorvidas, como benefícios, por outro território. Disto é exemplo a área da saúde, em que Coimbra tem tido uma capitalidade inquestionável. Mas, para assim continuar, não bastará ter sido – precisa de continuar a ser e a investir nesta área de elevada diferenciação! Outrossim, e também esta capitalidade se há-de esvair!
A manutenção de uma capitalidade requer densificação continuada e credibilização dos fluxos e das interdependências com os territórios próximos e, consequentemente, uma redução das assimetrias existentes. Num movimento perpétuo, uma capitalidade robusta saberá compensar a externalização de valor com a criação de mais valor, para assim continuar a gerar novas externalidades capazes de a alimentar. Se o valor gerado for capturado e não externalizado, os territórios vizinhos afastar-se-ão e tenderão a competir pela geração própria de valor.
Em síntese, uma capitalidade ganha-se e merece-se pelo que dá, em contínuo, e é respeitada pelos benefícios que gera nos territórios vizinhos.
Ontem, teve lugar numa livraria de Lisboa, o lançamento da segunda edição do livro de Hélder Rodrigues, “Coimbra. Cidade Universitária da Lusofonia”. São “Crónicas de afectos com pessoas dentro”, onde a História, o passado das pessoas e a ambição do presente, as instituições e as geografias físicas e humanas, o que fizemos e deixámos cair pelo caminho se conjugam, no modelar dos espaços de pertença de quem vive em Coimbra e faz sonhar o futuro em que gostaríamos de viver.
A Coimbra actual tem razões para confiar no futuro, se agir em vez de se queixar. Há áreas em que tem sabido fazê-lo e tem tido sucesso. Outras, continuam à espera que a iniciativa local atraia e motive os que têm a tutela e os recursos para, com eles, fazerem a diferença.
Como apresentador, a reflexão sobre o conteúdo do livro trouxe-me à memória as recentes queixas e lamentos de Coimbra contra as decisões políticas que levaram à deslocação de serviços desconcentrados da administração do Estado desta cidade para cidades vizinhas. A questão remete para o conceito de capitalidade e a inerente capacidade de dar que uma capitalidade exige. Mas também para a necessidade de um respirar confiança no futuro, para a ambição, o gosto pelo risco, a coragem, o empreendorismo, a rebeldia, para a capacidade de incomodar o poder central.
A capitalidade está associada à capacidade para gerar externalidades num território e estas serem absorvidas, como benefícios, por outro território. Disto é exemplo a área da saúde, em que Coimbra tem tido uma capitalidade inquestionável. Mas, para assim continuar, não bastará ter sido – precisa de continuar a ser e a investir nesta área de elevada diferenciação! Outrossim, e também esta capitalidade se há-de esvair!
A manutenção de uma capitalidade requer densificação continuada e credibilização dos fluxos e das interdependências com os territórios próximos e, consequentemente, uma redução das assimetrias existentes. Num movimento perpétuo, uma capitalidade robusta saberá compensar a externalização de valor com a criação de mais valor, para assim continuar a gerar novas externalidades capazes de a alimentar. Se o valor gerado for capturado e não externalizado, os territórios vizinhos afastar-se-ão e tenderão a competir pela geração própria de valor.
Em síntese, uma capitalidade ganha-se e merece-se pelo que dá, em contínuo, e é respeitada pelos benefícios que gera nos territórios vizinhos.