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Liga Europa

Jorge Maciel: Toulouse "já não surpreende o Benfica"

20 fev, 2024 - 18:07 • Rui Viegas

Antigo técnico dos sub-23 encarnados, que trabalhou até dezembro em França, analisa o Toulouse e olha para o Benfica. Jorge Maciel considera que o atual papel de Morato no onze é "contranatura" e defende "concorrência" para António Silva. Gauleses e portugueses decidem quinta-feira a passagem aos oitavos da Liga Europa.

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"O Toulouse já perdeu o efeito surpresa, mas a eliminatória está em aberto". A análise é feita por Jorge Maciel, em vésperas de o Benfica decidir com os franceses a passagem aos oitavos de final da Liga Europa, após o triunfo (2-1) encarnado na primeira mão do "play-off".

A equipa do sul de França e os campeões portugueses encontram-se esta quinta-feira a partir das 17h45 e Bola Branca escutou o antigo técnico da formação benfiquista, ex-treinador dos sub-23 do clube da Luz, que nos últimos anos trabalhou em terras gaulesas.

De acordo com Maciel, o Toulouse é um conjunto confiante, pelo que fez em Lisboa e pelo triunfo no Mónaco na última jornada da "Ligue 1", mas já perdeu o efeito surpresa com que confrontou o Benfica na semana passada na capital lusa.

"O Toulouse demonstrou na Luz que pode ser uma equipa cínica. Com um jogo direto, o que é um perfil também do futebol francês. Acabaram de ganhar ao Mónaco, o que os afastou da linha de água. E a forma como o fizeram mostra que a equipa está com confiança. Portanto, a eliminatória está em aberto” admite.

"Todavia, a primeira mão dá margem ao Toulouse mas também transmite ao Benfica a informação que não tinha no primeiro jogo: a de surpresa, por parte do adversário", refere o treinador de 38 anos, que deixou em dezembro o projeto a solo que tinha abraçado [Valenciennes] após trabalhar como adjunto no Lille com três técnicos, entre eles Paulo Fonseca.

Concorrência para António Silva e necessidade de companhia na ala para Morato

Ao serviço do Benfica, em 2019/20, transitando entre os juniores e os sub-23, Jorge Maciel orientou alguns jogadores que têm tido minutos na equipa comandada por Roger Schmidt na presente temporada. São os casos de Tiago Gouveia, Felipe Morato e Tomás Araújo. E sobre este último, o treinador aponta a importância de o central poder constituir uma alternativa a António Silva.

"Sinto que o António [Silva] precisa de alguma concorrência desde há uns meses para cá. O nível exibicional, a forma como gesticula… É importante que ele sinta que alguém pode vir e concorrer com ele. E o Tomás [Araújo] tem esse perfil. Sóbrio. Joga para frente, limpinho e sem erros. Perfeito", faz notar o técnico, que lamenta as dificuldades que Morato tem sentido à esquerda da defesa e numa posição que - na sua opinião - não se adequa às suas características.

"É preciso olhar para o jogador e perceber o que ele tem e não o que lhe falta. E o que se está a pedir ao Morato é contranatura face aquilo que é o percurso dele durante anos e anos. Pode ser um excelente lateral esquerdo, mas o que falta ao Benfica é um extremo para o Morato se fixar mais atrás e dar estabilidade defensiva", afirma Jorge Maciel, desiludido no plano pessoal com a última experiência vivida no Valenciennes.

"A minha prioridade é voltar a ser adjunto, mas num nível superior. E não como principal e mais abaixo", conclui o técnico.

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