23 fev, 2018
Finalmente, parece que a comissão de trabalhadores e a administração da Autoeuropa chegaram um acordo, ou pelo menos a um pré-acordo. Em questão estavam os aumentos salariais bem como outros elementos do contrato de trabalho.
Notícias deste tipo são menos comuns do que eram no Século XX: os sindicatos já não têm o poder que tinham. Em primeiro lugar, as grandes empresas deste século (Google, Apple, Facebook, etc) têm uma cultura muito diferente da cultura sindical de uma Peugeout ou US Steel.
Em segundo lugar, a globalização levou a uma maior concorrência entre países, e os sindicados nacionais de cada país sofreram muito com este processo. Há algumas semanas, Carlos Silva chamava a atenção para o "risco de os alemães perderem a paciência". Neste contexto, "perder a paciência" significa escolher outro país que não Portugal para efeitos de produção de peças e montagem de automóveis.
Para além das mudanças culturais e da concorrência internacional, as próprias estruturas empresariais vão mudando: as empresas-plataforma, como a Amazon, Uber e AirBnB, são cada vez mais comuns; e o poder negocial dos trabalhadores nestas empresas é significativamente inferior.
Este é um dos grandes desafios do Século XXI: como proteger os direitos dos trabalhadores numa economia cujas instituições se mostram cada vez menos adequadas aos problemas em questão?