Missionário da Consolata ao serviço da Rede Eclesial Pan-Amazónica garante que o coronavírus se transformou numa das principais ameaças aos povos indígenas, não só no Brasil. À Renascença, o padre Júlio Caldeira diz que a violência e os crimes ambientais aumentaram com a pandemia, provando que o Sínodo sobre a Amazónia era mesmo uma urgência.
Sem novidade que se note, ou mudança que se antecipe, das duas uma: ou a Exortação "Querida Amazónia” não é notícia ou, pior ainda, “é uma má notícia”. Falso. Leiam-na e verão.
Uma região com mais justiça social, em que a cristianismo não elimina mas enriquece as culturas locais, em que a ecologia é defendida e em que missionários não se envergonham de Cristo. São estes os sonhos de Francisco em “Querida Amazónia”.
Francisco não acredita que os desafios particulares da Igreja na região amazónica requeiram a “clericalização” de mulheres e leigos, a quem deve ser dada mais responsabilidade na vida comunitária. A exortação apostólica "Querida Amazónia" foi publicada esta quarta-feira.
Francisco concedeu entrevista para livro sobre o Papa polaco, na qual recorda a sua própria eleição pontifícia. No dia 12 será publicada a exortação apostólica sobre a Amazónia em que será aprovada, ou descartada, a possibilidade de ordenar homens casados na região.
A missionária Geni Lloris está há 11 anos na Amazónia e esteve em Roma para acompanhar o sínodo. Conta que mal acabaram os trabalhos houve membros que receberam ameaças de morte por denunciarem atropelos aos direitos humanos naquela região.
As imagens esculpidas de uma indígena grávida tornaram-se o símbolo da revolta de alguns setores da Igreja contra o Sínodo da Amazónia. Chegaram a ser roubadas e atiradas ao rio. “Mesmo sendo de madeira, a mulher continua a ser desrespeitada”, diz a missionária que as levou para Roma.
Em Portugal para uma série de conferências sobre o Sínodo, que acompanhou no Vaticano, o padre Júlio Caldeira, dos missionários da Consolata, falou à Renascença sobre as conclusões e a pressão dos que receiam a mudança. Diz que todas as propostas resultam de "vivências próprias da Igreja na Amazónia" e que agora é tempo de avançar.