Sob o olhar estatístico da OCDE, 60% dos portugueses pertencem à classe média. Acreditando nos números, é possível ganhar o salário mínimo e fazer parte deste grupo. O sociólogo Elísio Estanque defende que os critérios de análise “estão um pouco pervertidos”. Para Manuel é impossível ser classe média em Lisboa com menos de dois mil euros brutos por mês. Nuno traça a linha na capacidade de saída de casa dos pais. Eduardo questiona a carga fiscal.
O representante dos empresários do setor do comércio e dos serviços acredita que as subidas dos salários em Portugal ficarão perto dos 5%,tal como foi acordado entre o Governo e os patrões. No entanto, não ser uniforme em todos os setores de atividade.
O comentador analisa as previsões de Fernando Medina que afasta, para já, um cenário de recessão técnica em Portugal. Em declarações ontem em Bruxelas, o ministro das Finanças mostrou-se otimista quanto à execução do plano orçamental para 2023.
Este ano preveem-se novos aumentos em setores como a eletricidade, a habitação e as portagens. O salário mínimo volta a subir, assim como a generalidade dos rendimentos na Função Pública, mas os aumentos não acompanham os níveis de inflação, resultando na perda do poder de compra dos portugueses.
Em 2019, o salário médio de um jovem entre os 25 e os 34 anos, com mestrado, era de 1.617,16 euros. O de um licenciado era de 1.326,76 euros. Em 2010, um jovem adulto entre os 25 e 34 anos com licenciatura ganhava, em média, mais 95% do que um jovem com ensino básico e mais 59% do que um jovem com o ensino secundário. Em 2019, as diferencias caíram para 60% e 42%, respetivamente.
O aumento da inflação está a gerar uma quebra acentuada nos rendimentos das famílias já que os salários reais são mais baixos. Os mais atingidos são os trabalhadores que menos ganham, afirma Relatório da Organização Internacional do Trabalho.