Uma Bond girl, um rei da selva, um Goonie e a figura de uma saga de filmes de terror. Os vencedores nas categorias de Melhor Ator, Atriz, Ator Secundário e Atriz Secundária ficaram conhecidos pelos seus papéis nos anos 80 e 90 - e desapareceram dos holofotes para vencer uma estatueta nos Óscares deste ano.
A animação na 95.ª edição dos prémios da Academia contou com alusões a alguns dos filmes nomeados - e não só. Desde a subtil referência à chapada de Will Smith à presença de Jenny, a burra do filme "Espíritos de Inisherin", a noite mais glamorosa de Hollywood pôde contar com vários momentos de humor.
A produção conquistou sete estatuetas, o melhor registo nos Óscares desde 2008. Distinguida com "Melhor Filme", deu ainda o galardão da Academia a Michelle Yeoh, a primeira asiática a vencer na categoria de "Melhor Atriz". A noite foi ainda de emoção para Brendan Fraser, que, depois de anos afastado do grande ecrã, regressa à ribalta com a distinção de "Melhor Ator", pelo filme "A Baleia".
João Gonzalez e Bruno Caetano, agradeceram todo o carinho que a produção recebeu ao longo dos últimos tempos, depois de não terem conseguido a estatueta de "Melhor Curta-Metragem Animada". No entanto, o realizador e produtor, respetivamente, mostram-se felizes, colocando a tónica na valorização do cinema português. "O facto de irem à sala de cinema e verem o filme é um prémio muito mais importante para nós."
Óscares mais globalizados, mais abertos a ideias radicais, mais "fora da caixa" e com um esforço em diversificar o leque de países e culturas premiadas é algo que beneficia as hipóteses futuras de Portugal.
Em segundo lugar na coleção de estatuetas ficou "A Oeste Nada de Novo", ganhando quatro. A curta-metragem portuguesa "Ice Merchants" acabou por não vencer o Óscar de Melhor Curta-Metragem Animada.
Em comunicado, Pedro Adão e Silva dá os "parabéns a João Gonzalez e à sua equipa", por terem criado "um filme comovente, que levará muitas pessoas a descobrir a capacidade singular do cinema de animação".
Mesmo assim, a curta-metragem realizada por João Gonzalez e produzida por Bruno Caetano já fez História, sendo a primeira produção portuguesa a ser nomeada para os Óscares.
A curta-metragem de animação de João Gonzalez é candidato a uma estatueta, numa cerimónia em que o favorito e mais nomeado filme é "Tudo em todo o lado ao mesmo tempo".