Quatro investigadores portugueses vão receber mais de 8 milhões de euros para desenvolverem os seus trabalhos científicos. As bolsas vêm do Conselho Europeu de Investigação, que anunciou esta quinta-feira os premiados deste ano. Ao todo, são 291 vencedores que vão receber 573 milhões de euros.

No que toca a Portugal, o maior destaque vai para a área das ciências sociais e humanas, contemplada este ano com a maior bolsa de sempre. Maria de Lurdes Rosa, historiadora, vai receber 1,6 milhões de euros para investigar os morgadios.
A neurocientista Marta Moita, investigadores principal da Fundação Champalimaud, vai receber dois milhões de euros para estudar, em moscas da fruta, a forma como, em contexto social, o cérebro organiza e define os comportamentos defensivos.
António Ambrósio, um cientista italiano a trabalhar no Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia da Universidade do Minho, em Braga, receberá 2,7 milhões de euros para produzir materiais novos, capazes de se auto-organizarem e auto-reconfigurarem, para aplicação futura em realidade virtual e realidade aumentada, levando para outro patamar a sua concretização.
O quarto cientista premiado é português, mas trabalha em Inglaterra, na Universidade de Oxford. Pedro Carvalho é professor e investigador na área da biologia celular.

Cientistas portugueses na alta roda da ciência europeia

Para o comissário europeu, Carlos Moedas, responsável pelo programa de Investigação e Inovação da União Europeia, “estas bolsas são incentivos à investigação de excelência na Europa e permite aos nossos investigadores correrem riscos e desenvolver as suas ideias. Ao todo são 40 nacionalidades em 22 países europeus, o que demonstra a diversidade e qualidade da investigação fundamental na Europa.”
Moeda realça ainda seu entusiasmo relativamente aos investigadores portugueses. “Estes quatro investigadores agora premiados são mais uma prova da qualidade dos cientistas portugueses fazem, tanto no seu país como no estrangeiro, a competir ao mais alto nível.”
Este concurso recebeu 2389 propostas, das quais cerca de 12 % foram selecionadas para financiamento. 32 % dos premiados são mulheres. Estas bolsas vão permitir criar 1750 postos de trabalho para pós-doutorados, estudantes de doutoramento e outros membros das equipas de investigação.