A Fundação de Serralves considera surpreendente a contestação à presidente da instituição, Ana Pinho, e não vê motivos para a demissão da administração, como manifestantes exigiram este domingo.

Isabel Pires de Lima, antiga ministra da Cultura e administradora de Serralves, reforçou que a escolha das peças da polémica exposição Mapplethorpe foi "inteiramente do diretor", que sabia desde o início que haveria, se necessário, zonas interditas a crianças, como de resto aconteceu em muitos museus do mundo.

Isabel Pires de Lima rejeita, em declarações à Renascença, a acusação de práticas censórias na Fundação de Serralves.

“As práticas censórias estão corporizadas em quê? Gostava que João Ribas explicasse que práticas censórias são essas quanto ele sabe perfeitissimamente que desde a primeira hora estava obrigado a uma condicionante determinada pela política do conselho de administração. Tinhamos forçosamente que criar uma zona de acesso condicionado e isso é normalíssimo em montes de museus e na maioria das exposições de Mapplethorpe é assim que tem acontecido”, disse.

Isabel Pires de Lima defende também que o caso não tem expressão para ser debatido no Parlamento como exige o Bloco de Esquerda.

A administradora já tinha dito que a escolha das peças da exposição foi "inteiramente da autoria do João Ribas", que “escolheu o que quis”.