Abriu este domingo a 20ª exposição do Porto Cartoon, no Museu de Imprensa do Porto. A cerimónia devia contar com a presença do Presidente da República, mas devido à indisposição sentida ontem, Marcelo Rebelo de Sousa teve de cancelar a agenda e foi substituído pelo ministro da Cultura.

Contudo, o Presidente da República deixou uma mensagem no livro de honra do museu em que salientou que o Porto Cartoon “invoca as mais nobres tradições democráticas da urbe e os valores, tão ameaçados nestes tempos, da liberdade de imprensa e da convivência democráticas”.

Sem o Presidente da República, coube ao ministro da cultura representar o Estado na cerimónia de entrega dos prémios da vigésima edição do Porto Cartoon. Luís Filipe Castro Mendes confessou-se fã de caricaturas, contando que as procura diariamente nas folhas dos jornais nacionais e internacionais.

“Essa vossa capacidade extraordinária de fazer a síntese do momento político, de fazer a crítica daquilo que nos ameaça, é essa a função do cartoonista”, disse o ministro perante os vários artistas premiados presentes. “Portanto, estamos a precisar de mais humor, estamos a precisar de mais crítica, estamos a precisar de mais mensagens como aquelas que vocês nos trazem todos os dias”, acrescentou.

“Limpar o planeta” foi o tema desta edição do Porto Cartoon. O grande vencedor foi o croata Nikola Listes, com o desenho de um navio de pescadores que, depois de recolherem o peixe do mar, colocam-no numa máquina de lavar roupa para que o pescado seja limpo e possa servir depois para alimentação.

O festival contemplou, ainda, dois Prémios Especiais de Caricatura dedicados a duas grandes figuras de relevo mundial: a fadista Amália Rodrigues e o realizador Woody Allen.

A edição de 2018 deste festival de desenho humorístico apresenta o maior número de trabalhos alguma vez registado. As caricaturas podem ser vistas no Museu Nacional de Imprensa e em várias exposições espalhadas pela cidade do Porto.