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“Pescoço sms” é uma das expressões nascidas de uma das causas de dores nas costas: olhar para o telemóvel (para baixo) durante demasiado tempo. O quiroprático Pedro Figueira diz que não devemos estar mais do que cinco minutos nessa posição.

Para minimizar o dano, recomenda 30 segundos de movimentos cervicais, rotações para os lados e para cima e para baixo, seguidos de mais 30 segundos de movimentos circulares com os braços abertos para trás.

“Acabe com as dores nas costas” é o nome do livro que Pedro Figueira acaba de publicar e onde defende uma “higiene da coluna” para acabar com as dores. Segundo o autor, “assim como lavamos os dentes todos os dias, também devemos cuidar da coluna, com exercícios simples e hábitos saudáveis. Já não basta dizer que sabe sentar corretamente ou levantar pesos, é preciso pôr em prática”.

Sete em cada 10 pessoas têm dores nas costas. São a segunda razão das visitas ao médico e o segundo maior motivo para as faltas no trabalho em Portugal.

As novas tecnologias agravam o problema, que começa a afetar cada vez mais crianças e adolescentes. Gadgets e jogos, além dos telemóveis, criam problemas de coluna e levam os jovens a queixar-se de “dores de cabeça, dormências e formigueiros nos braços” – o que antes não acontecia.

A postura associada a estas tecnologias cria graves problemas mecânicos na coluna e efeitos negativos nos ligamentos, nos músculos e até na boca. Muitos sintomas podem surgir das disfunções posturais, alerta o especialista.

Quando a dor aparece, a maioria recorre a analgésicos, anti-inflamatórios e relaxantes musculares, mas estes não garantem que o problema fique resolvido, sublinha o especialista. Por isso, nada como adotar a tal higiene da coluna.

No caso das crianças, a agressão à coluna começa logo a caminho da escola e dentro da sala de aula. Uma das mais graves deriva das já famosas mochilas com excesso de peso. O filho mais velho do próprio Pedro Figueira é vítima disso: com 13 anos, carregou um dia destes 11,5kg às costas. A mochila nem fechava com tantos livros e cadernos, conta à Renascença.

“É inadmissível este peso excessivo, que não é um dia por semana ou por mês, mas diariamente”, critica o quiroprático.

Mas os problemas não ficam por aqui, “as cadeiras não estão adequadas ao tamanho e altura das crianças”, tal como “as secretárias”, e a “posições de estudo” também não são as mais corretas.

As dores da coluna são muitas vezes associadas à hereditariedade, mas tal não passa de um mito, diz o especialista. Não é uma causa tão frequente como se pensava – a maioria das dores é adquirida ou comportamental, logo, podem e devem ser corrigidas.

E, quando doi, deve-se aplicar frio ou quente? “Perante um processo inflamatório, queremos diminuir a irrigação sanguínea, o frio vai fazer justamente isto. O calor é um vasodilatador, aumenta a circulação sanguínea, deve ser aplicado em contraturas musculares, quando o músculo está mais cansado”, explica Pedro Figueira, que aconselha o frio quando há dúvidas sobre se existe inflamação.