O presidente do Sporting, Frederico Varandas, atacou as claques do clube, especialmente a maior, a Juventude Leonina, que estão em protesto pela cessação do protocolo de apoio aos grupos de adeptos.

A "batalha" entre Varandas e as claques começou quando, numa entrevista à RTP, o presidente do Sporting anunciou esse fim do apoio, nomeadamente na bilhética. Desde então, as claques estão em protesto.

"É legítimo as claques criticarem a exibição da equipa? Claro que é. Pois também é legítimo eu criticar a exibição das claques e eu não gostei da atitude das claques nos últimos dois jogos em casa. Querem um grupo de trabalho com mais internacionais portugueses? Querem um grupo onde exista o maior talento da formação? Nós também. Trabalhamos todos os dias para isso. Mas sabem qual é a principal razão de hoje não termos um grupo assim? Eu lembro-me. 15 de maio de 2018. O dia do maior rombo financeiro e desportivo da história do Sporting", recordou o presidente do Sporting, em conferência de imprensa, esta sexta-feira.

Frederico Varandas referia-se ao ataque à academia de Alcochete, por parte de cerca de 50 adeptos encapuzados, membros da Juventude Leonina. O ex-médico acusou as claques de falta de amor ao clube:

"E hoje, quando o clube se está a reerguer, voltamos, antes do jogo importantíssimo em casa, a receber ameaças intimidatórias. Vejo exigências. Vejo elementos de claques a protestar com sócios anónimos que simplesmente estão a apoiar a sua equipa em Alvalade. Nos anos 90, fiz parte da Juventude Leonina [JL]. Havia excessos? Havia. Mas havia sobretudo um amor puro pelo clube. Havia um dar sem nada receber em troca. Hoje, eu não reconheço esse espírito. Hoje, vejo um negócio."

O presidente do Sporting revelou que, quando chegou ao clube, as claques tinham direito a 865 bilhetes grátis e podiam comprar outros mil ao preço mais barato do estádio. "Por outro lado, têm direito a receber 50% da cotização dos sócios do Sporting que estão inscritos nas claques. Desde 2013, a dívida passou de 115.000 para 746.000. A quase totalidade é referente à JL", apontou Varandas, que prometeu que, enquanto for presidente, "o Sporting nunca mais estará refém de quem quer que seja".