Esperavam-se dificuldades para o Futebol Clube do Porto na noite fria do Dragão.

Só que, no dia em que comemorava 128 anos, nada fazia prever que o Liverpool fosse capaz de infligir aos dragões uma derrota tão pesada que tem tudo para fazer tremer o edifício azul e branco nos dias mais chegados. E isto não apenas pelo vergonhoso resultado registado frente aos reds, mas por tudo o que se seguiu ao jogo e que vai fazer eco nas primeiras páginas desta quarta-feira.

Sem Pepe e sem Mbemba no eixo da defesa, onde os portistas costumam ser fortes, quase imbatíveis, instalou-se desde logo na equipa uma preocupação visível que se transformou em terramoto a partir do minuto 18 da primeira parte.

Aí, o Liverpool fez o seu primeiro de cinco golos e colocou a descoberto as notadas insuficiências da formação de Sérgio Conceição, e partindo para o tal passeio que raramente pareceu ser menos do que isso.

A besta negra dos portistas tem um registo notável nos últimos três jogos, seja em Liverpool seja no Dragão, ou seja, 14 golos marcados e apenas dois sofridos, contribuindo assim para fazer aumentar aquele mau presságio que se sente sempre quando o Futebol Clube do Porto defronta equipas da velha albion.

Agora há que sarar as feridas o mais rapidamente possível. O caminho ainda é longo e o prestigiado clube nortenha tem ainda pela frente muitas batalhas, tanto a nível nacional como internacional. Só que a resposta tem forçosamente de ser outra, e tentar esquecer a noite desconfortável do Dragão passou a ser agora o primeiro grande objetivo.

Entretanto, fica-se com alguma curiosidade em saber como vai Sérgio Conceição sair de tudo isto. As palavras duras que proferiu e o apelo veemente que vai fazer a Pinto da Costa constituem dois capítulos de uma história que pode ter um final desagradável.

Quanto ao Sporting, saiu de Dortmund menos beliscado do que alguns previam. É verdade que não ganhou o jogo, mas recuperou parte da imagem que perdera em Alvalade há 15 dias.

Ficou, no entanto, à vista falta de peso e experiência dos leões na Liga dos Campeões que, como reconheceu Rúben Amorim, vão ainda demorar algum tempo a conquistar.