Da noite de Kiev sobra um facto verdadeiramente notável: o mais laureado jogador português de sempre, Cristiano Ronaldo, fixou ontem a extraordinária marca de 700 golos obtidos ao longo de uma carreira brilhante, que não tem comparação a nível mundial.

Para além disso, fica a derrota da selecção portuguesa frente à congénere ucraniana, por marca tangencial, é certo, mas nos coloca irremediavelmente no segundo lugar do nosso grupo e, olhando para a realidade, fora da possibilidade de virmos a fazer parte do pote um

na hora de estabelecer o calendário para a fase final do próximo Campeonato da Europa, o que acarreta dificuldades inevitáveis.

A selecção comandada por Fernando Santos não contava certamente com um adversário tão forte de entrada como aquele com que se deparou no estádio olímpico de Kiev.

E, como se não bastasse, um golo aos seis minutos fez acastelar ainda mais as nuvens negras no horizonte lusitano.

O onze nacional tentou tudo, sobretudo na segunda parte, para alterar o sentido do jogo.

Porém, nem o triplo dos remates conseguidos pelos ucranianos tornou possível dar a volta a uma toada que os visitados controlaram sempre de forma mais proveitosa.

Estamos de acordo com Fernando Santos, para quem o empate seria o desfecho mais correcto.

Mas nem isso o vai livrar de críticas por força das opções por si tomadas quanto à escolha de jogadores e ao modelo de jogo estabelecido.

Quando não se ganha, é da vida.

As inclusões de João Mário e João Félix ficaram aquém do rendimento que o próprio seleccionador pretendia, o que torna o regresso de ambos à equipa nacional com poucas condições para as etapas seguintes.

E, para finalizar, o reforço do título destas linhas: quando se joga muito com o coração e pouco com a cabeça, o resultado está sempre em dúvida.

Felizmente, nem tudo ficou perdido na noite cinzenta de ontem na capital da Ucrânia.