Chamados de novo para decidir o futuro do clube, os associados do Sporting Clube de Portugal responderam sem margem a suscitar quaisquer dúvidas. E por isso fica o registo da maior votação de sempre num ato que se traduziu em mais uma afirmação da vitalidade de um dos maiores clubes de Portugal.

E, não menos importante do que tudo isso, há também um registo para a forma ordeira como a assembleia decorreu, sem um único incidente, e com a aceitação dos resultados finais sem qualquer tipo de perturbação.

Venceu Frederico Varandas, por números que não deixam dúvidas, excedendo até as previsões que apontavam dois candidatos numa corrida a par, separados por números muito residuais.

O novo presidente leonino vai, a partir de hoje, enfrentar uma tarefa ciclópica. A situação do clube não é fácil e, em vários domínios, vai ter de se entregar a um trabalho profundo.

Mas a sua determinação ficou bem expressa na sua curta comunicação, ontem, na cerimónia de posse.

“Nasci Sporting, cresci Sporting, respiro Sporting, mas não sou dono do Sporting”. Eis uma bela síntese do que pode vir a ser todo um programa de governo, e que também atinge de forma subtil aquele que o antecedeu em funções e deixou o clube em estado deplorável, com fraturas que só o tempo vai poder ajudar a sarar.

Do que ficou à vista num fim-de-semana alucinante, a serenidade com que o a eleição decorreu e a aceitação sem azedumes dos resultados permitem perspetivar um futuro diferente em Alvalade.

É, pelo menos, o que pode extrair-se da afirmação final de Rogério Alves, ontem, no ato de posse dos novos dirigentes: “Há um vencedor, e alguém que não perdeu”.

João Benedito e os demais integrantes da corrida eleitoral já deixaram bem expressa a sua vontade de estar ao lado dos novos titulares escolhidos pelos sócios.

Um bom sinal de um caminho de paz que ainda há pouco tempo parecia impossível acontecer no Sporting.