Chegou ao fim mais um campeonato nacional de futebol, arduamente disputado ao longo de 34 jornadas e que teve um vencedor justo em todos os domínios do jogo.

Com efeito, o Benfica conseguiu a maior pontuação entre os 18 concorrentes, e é aí que começa verdadeiramente a vitória final. Depois, olhando para a classificação final verificamos que a equipa liderada por Rui Vitória somou o maior número de triunfos, 25, teve o maior número de golos marcados, 72, foi a defesa menos batida, 18 golos.

Os tetra-campeões nacionais terminaram a maior prova do calendário português com seis pontos de vantagem sobre o segundo classificado, o Futebol Clube do Porto, e 12 pontos sobre o seu tradicional rival lisboeta, o Sporting Clube de Portugal.

Não adianta, pois, tentar encontrar razões que pretendam contrariar a verdade dos números.

O Benfica comandou a classificação geral desde a quinta jornada, mantendo-se portanto no comando da mesma durante trinta jornadas consecutivas.

O triunfo de agora dos benfiquistas é sobretudo o resultado de um trabalho bem estruturado por pessoas competentes e atentas a todas as realidades. Mas seria injusto não colocar em plano de destaque duas figuras do universo encarnado, Luis Filipe Vieira e Rui Vitória.

O primeiro, porque teve a capacidade de saber interpretar a ambição dos seus adeptos adoptando medidas adequadas em todos os domínios e aparecendo apenas quando as circunstâncias assim o recomendavam.

O treinador, porque foi a pedra angular de uma estratégia que traçou um rumo e o manteve, sem desvios, até ao fim. O facto de ter sabido preservar o grupo sob seu comando, e conseguido mantê-lo coeso em todos os momentos, é, talvez, a sua maior virtude.

Por tudo isto o Benfica deve ser considerado o justo vencedor do campeonato da primeira Liga, ainda que isso nem sempre seja bem aceite pela sua concorrência mais directa.