O Papa manifestou, esta quarta-feira, a sua "proximidade" para com as pessoas afetadas pela epidemia de coronavírus.

"Desejo exprimir novamente a minha proximidade para com os doentes do Coronavirus e aos profissionais de saúde que deles cuidam, bem como às autoridades civis e a todos aqueles que se empenham a assistir os pacientes e a parar o contágio", disse Francisco, na audiência pública semanal, no Vaticano, que decorreu ao ar livre, evitando concentrações em espaços fechados, como o auditório Paulo VI.

Em Quarta-feira de Cinzas, Francisco centrou a sua intervenção no período da Quaresma, que hoje tem início, convidando os católicos a “desligar” os ecrãs e dedicar tempo à Bíblia e à caridade.

“A Quaresma é o tempo propício para dar lugar à Palavra de Deus. É o tempo para desligar a televisão e abrir a Bíblia. É tempo para desligar-se do telemóvel e conectar-se ao Evangelho”, declarou.

“Não é fácil fazer silêncio no coração”, assumiu o Papa, desafiando os crentes a “renunciar a palavras inúteis, a bisbilhotices”, combatendo um ambiente “poluído” pela violência verbal, “que as redes ampliam”.

“É tempo para falar tu a tu com o Senhor”, apontou, apelando à oração e ao que chamou de “ecologia do coração”.

A intervenção partiu do simbolismo do deserto, na Bíblia, sublinhando que este remete hoje para quem vive na solidão e no abandono.

“Quantos pobres e idosos estão ao nosso lado e vivem no silêncio, sem fazer barulho, marginalizados e descartados”, lamentou o pontífice.

“O caminho no deserto quaresmal é um caminho de caridade em direção aos mais fracos”, acrescentou.

A Quaresma é um tempo de 40 dias que tem início hoje com a celebração de Cinzas, marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência, que serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão.

Logo, a partir das 16h30, o Papa preside à Missa de Quarta Feira de Cinzas.

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