O cardeal John Henry Newman vai ser canonizado no dia 13 de outubro, anunciou, esta segunda-feira, o Papa Francisco.

Nascido em 1801, o cardeal Newman é um dos mais famosos clérigos católicos ingleses dos últimos séculos. Ordenado inicialmente na Igreja Anglicana, iniciou um importante movimento intelectual de reaproximação à tradição católica, acabando por se tornar católico em 1854.

Como Roma não reconhece a validade das ordens anglicanas, Newman teve de ser novamente ordenado para poder exercer o ministério na Igreja Católica. Rapidamente, o sacerdote tornou-se uma das figuras mais influentes numa Igreja que ainda enfrentava discriminação num país oficialmente protestante.

Uma das suas grandes causas era a denúncia do liberalismo na religião, que, segundo Newman, levaria necessariamente ao relativismo.

Em 1879, Newman foi nomeado cardeal, apesar de nunca ter sido ordenado bispo. A nomeação foi um reconhecimento do seu grande trabalho intelectual ao serviço da Igreja.

O sacerdote aceitou o desafio do Papa Leão XIII pedindo apenas que não fosse nomeado bispo, como era costume quando um padre era elevado ao cardinalato, e que pudesse continuar a viver em Birmingham.

Em 2010, o Papa Bento XVI, que partilha a sua preocupação com a ameaça do relativismo, visitou o Reino Unido e declarou Newman beato.

Em 2018, surgiu a informação de que um segundo milagre, necessário, num processo normal, para a canonização, lhe tinha sido atribuído. Trata-se da cura inexplicável de uma mulher que sofria de complicações de saúde potencialmente letais, motivados pela sua gravidez. A investigação ao caso foi desenvolvida pela arquidiocese de Chicago.

Juntamente com Newman, serão canonizadas quatro mulheres, incluindo a freira brasileira Dulce Lopes Pontes, conhecida informalmente como a Madre Teresa do Brasil. As restantes são outras duas freiras, a italiana Giuseppina Vannini e a indiana Maria Teresa Chiramel Mankidiyan, enquanto a quarta mulher a subir aos altares no dia 13 de outubro será a leiga suíça Margarita Bays.