Não têm festas de verão em honra de santos, até porque na Capinha o ponto alto das celebrações religiosas, é a Semana Santa. E neste contexto, era para ser só mais uma exposição, mas perante o investimento necessário, o Padre João Marçalo, 33 anos, fez as contas e percebeu que a paróquia de Capinha, com cinco capelas, tem tudo para se lançar num projeto mais ambicioso, com começo na Capela de S. Marcos do século XVII. “A capela é muito bonita, toda em pedra, bem talhada, recuperada há cerca de seis anos, sofreu intervenção ao nível da cobertura, mas por dentro não foi recuperada. Vai ser criada uma caixa luminosa, como se fosse um edifício dentro de outro edifício, e é aí que vão ficar os conteúdos”, explica o sacerdote que garante que a ideia não foi só dele, mas de toda a comunidade.


A ideia surgiu da comunidade de uma aldeia sui generis, dividida por bairros onde cada bairro tem uma capela, como esta do século VIII, descrita pelo Padre João Marçalo. “A nossa ideia é contar toda a história do cristianismo, a Capinha tem a capela de S. Pedro, que está em ruínas, do século VIII, tem um batistério com fonte de mergulho que não é muito comum encontrar”, salienta.

Os conteúdos de uma paróquia, rica em alfaias litúrgicas e estatuária, poderão ser vistos dentro de dois anos, quando o projeto estiver concluído. O objetivo é contar a história do cristianismo num roteiro por uma freguesia que tem cinco capelas, sendo que o futuro centro interpretativo do património religioso da Capinha vai estar ligado a uma rota das capelas. Preservar e reavivar a fé através do turismo religioso, até porque o padre João Marçalo, não quer ver esquecida a aldeia onde ainda celebra a eucaristia. “Todos nós sofremos deste estigma de não termos gente, e temos que ter algo a oferecer às pessoas que eventualmente nos procurem”, conclui o sacerdote de 33 anos, há cinco na paróquia de Capinha.

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