O Papa Francisco recebeu, pela primeira vez, uma tiara papal. A tiara, uma coroa que, em tempos, foi usada pelos papas como símbolo da sua autoridade, foi oferecida pelo Presidente do Parlamento da Macedónia, que visitou o Vaticano na segunda-feira.

A tiara foi fabricada no mosteiro ortodoxo de Rajcica, na Macedónia, cujas freiras são conhecidas pelo fabrico de mitras e coroas de particular qualidade e que são procuradas por muitos bispos e patriarcas ortodoxos. Para esta tiara, as irmãs utilizaram pérolas do Lago de Ácrida.

O facto de ter sido fabricado por freiras ortodoxas e oferecido por uma figura do Estado de um país de maioria ortodoxa dá ao presente uma carga claramente ecuménica.

A tiara é uma coroa tríplice, como é tradicional para as coroas dos papas, representando os diferentes graus da autoridade do Papa ou, consoante outra explicação, a Santíssima Trindade.

Embora os papas anteriores tenham usado tiaras ou coroas com outros formatos, a tríplice surgiu no início do Século XIV e foi utilizada até 1963, quando Paulo VI foi eleito e recusou ser coroado, tendo depositado a tiara no altar da Basílica de São Pedro. Depois, leiloou-a e deu o dinheiro aos pobres.

A tiara de Paulo VI foi oferecida ao Santuário da Imaculada Conceição, em Washington. Os seus sucessores, João Paulo I e João Paulo II também recusaram usar esse símbolo de poder e, mais tarde, Bento XVI chegou mesmo a substituir a tiara nas armas pontifícias por uma mitra de bispo.

Contudo, tanto João Paulo II como Bento XVI receberam também tiaras durante os seus pontificados. O pontificado de João Paulo I durou apenas um mês.

A tiara de Bento XVI foi oferecida por um homem de negócios alemão e a de João Paulo II pelo povo húngaro.