O Papa pediu ao Presidente do Irão, Hassan Rouhani, para que trabalhe em prol da paz e que ajude no controlo do terrorismo e do tráfico de armas.

O apelo foi feito durante a visita de Rouhani esta terça-feira de manhã no Vaticano, considerado um encontro histórico.

Numa nota emitida depois da reunião, a Santa Sé pede empenho ao Irão na procura de soluções políticas para os problemas que afectam o médio oriente com referências explícitas ao terrorismo e ao tráfico de armas.

“Falou-se da conclusão e aplicação do novo acordo nuclear e colocou-se em destaque o papel significativo que o Irão está chamado a desempenhar, juntamente com outros países da região, na promoção de soluções políticas adequadas para as diversas problemáticas que afligem o Médio Oriente, combatendo a difusão do terrorismo e o tráfico de armas”, revela a sala de imprensa da Santa Sé.

A nota oficial da Santa Sé sublinha que os decorreram numa “atmosfera de cordialidade”, com referência a “valores espirituais comuns” e ao “bom estado” das relações bilaterais.

“Recordou-se a importância do diálogo inter-religioso e a responsabilidade das comunidades religiosas na promoção da reconciliação, da tolerância e da paz”, acrescenta o comunicado de imprensa.

Esta foi a primeira audiência de um líder iraniano com o Papa em mais de 16 anos, depois de Mohammad Khatami se ter reunido com João Paulo II em 1999.

O encontro na Biblioteca Privada do Papa durou 40 minutos, no final dos quais o Presidente iraniano, com a ajuda de um intérprete, deixou um pedido a Francisco: “Peço-lhe que reze por mim”.

O Papa retribuiu com votos de “paz”, já depois de ter recebido como presente um livro e um tapete feito em Qom e de ter oferecido uma cópia da encíclica ‘Laudato Si’, em inglês e árabe, para além do tradicional medalhão de São Martinho a ajudar um pobre.