O PCP acusa o Presidente da República de contribuir para um novo bloco central. Num comício este domingo no Porto, Jerónimo de Sousa disse “estar em marcha um novo bloco central de interesses com o contributo do Presidente da República”.

"Estão a pensar dar uma nova vida ao chamado Bloco Central, que pode ser formal ou informal, mas que será sempre como o foi no passado, o bloco central de interesses políticos e económicos. É isso que está em marcha com o contributo do Presidente da República que se tem empenhado para branquear o PSD, a política de direita e as suas responsabilidades, visando promover a sua reabilitação política e reconduzi-lo para um papel de cooperação intensa com o PS", declarou Jerónimo de Sousa.

Na sua intervenção, garantiu que "não foi por tacticismo ou por joguinhos de poder" que o PCP votou contra o Orçamento Suplementar.

“Não foi por tacticismo, não foi por essa infeliz expressão que ouvimos ontem de Joguinhos de poder”, assegurou o líder do PCP que lembrou que “este partido nunca poderia votar uma proposta que propõe cortes nos salários, despedimentos, menos proteção aqueles que mais precisam, menos apoio às pequenas e médias empresas”.

Defendendo a nacionalização definitiva da EFACEC e da TAP; Jerónimo de Sousa ainda aproveitou para acusar PS, PSD e CDS de "cinismo político, agora em torno de dificuldades de acompanhamento da evolução da COVID-19 na Região de Lisboa e Vale do Tejo, por parte da Autoridade Nacional de Saúde".

“Alguns indivíduos, todos com ligações ao PS, ao PSD e ao CDS, partidos que ao longo dos anos, nada fizeram no governo para contrariar o esvaziamento da estrutura de Saúde Pública, desvalorizando o seu papel no controlo sanitário em Portugal, vêm agora a partir de uma situação já expectável, pôr em causa todo o trabalho que tem sido realizado até hoje no combate ao surto epidémico no nosso País por parte das estruturas do SNS”, referiu o dirigente comunista.

Para Jerónimo de Sousa “apesar de não declarado, o verdadeiro objectivo da crítica é o mesmo desde o início da epidemia: desvalorizar a importância que o SNS tem tido no combate à epidemia, questionar a sua existência no futuro e transferir para os grupos monopolistas da saúde a responsabilidade da prestação de cuidados de saúde”.

Jerónimo de Sousa falou dos desafios próximos do partido, como as eleições presidenciais e o congresso do Partido marcado para novembro não esquecendo a preparação da 2Festa do Avante!".

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