João Taborda da Gama considera que o estilo demonstrado por Joe Berardo no Parlamento “demonstra uma visão sobre a impunidade de certas atuações que, no âmbito de uma comissão de inquérito, não pode ser tolerado”.

“E depois há a questão de saber se alguém que assim se comporta continua a merecer as distinções honoríficas do Estado português”, questiona.

Todo o caso em redor de Joe Berardo “tem como efeito algo muito desagradável para todos os portugueses, que é criar-se a ideia de que o nosso sistema bancário, durante não sei quantos anos, foi sujeito a uma série de operações que ninguém consegue explicar e que, além disso, é possível alguém passear-se impunemente e dizer que o problema a ele não lhe está a custar dinheiro”.

Por isso, João Taborda da Gama defende que “aqui tem que se agir com igual força na medida do desplante das condecorações”.

Sobre a questão das listas de espera, na sequência da entrevista à Renascença do presidente da Associação de Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço, Taborda da Gama considera que se deve encontrar um equilíbrio entre flexibilidade e autonomia.

“E perceber onde é que isso é mais bem feito: se numa organização pública com mais flexibilidade, se é em parceria com os privados, se é num universo de sistema de saúde em que todos podem aprender com as melhores práticas uns dos outros, que me parece ser o melhor modelo”.

“Assim como está, parece que há um grande risco de as populações não serem bem servidas. E muitas vezes assim o dinheiro que é gasto ainda é mais”, conclui.