O líder do PSD, Rui Rio, acredita que o Orçamento do Estado para 2019 vai ser aprovado pelos partidos que apoiam o Governo, mas se não fosse, o primeiro-ministro, António Costa, teria que viabilizar um Governo PSD-CDS.

Em entrevista à TVI, Rui Rio coloca esse cenário hipotético se o Partido Socialista fosse coerente com o que aconteceu após as eleições de 2015, ganhas pela coligação PSD-CDS, sem maioria.

“Se o Orçamento chumbasse, em bom rigor, o doutor António Costa teria de viabilizar um Governo do PSD com o CDS. Ele não disse em 2015 que só chumbou o Governo do doutor Passos Coelho porque conseguia uma maioria à esquerda? Se agora não o conseguisse, em coerência, devia dizer: ‘peço desculpa, apoio um Governo do PSD e do CDS. Desde que o Presidente da República também aceitasse.”

“O que é lógico é que a esquerda aprove o Orçamento, é uma questão de salvarem a pele”, acredita líder social-democrata, reafirmando que só anunciará o sentido de voto em relação às contas do Estado para 2019 quando conhecer o documento.

Rui Rio considera que a polémica em torno do descongelamento das carreiras dos professores “vai acabar por ser moeda de troca para o Orçamento”.

A luta "justa" dos professores

O antigo presidente da Câmara do Porto considera que as reivindicações dos professores são “justas”, mas não se pode colocar em causa as finanças públicas.

“Sendo justo e defendendo eu o rigor orçamental, tem que se arranjar solução intermédia. Não pode ser os nove anos, quatro meses e dois dias”, afirma Rui Rio.

A "irresponsabilidade" das 35 horas

Sobre a redução do horário de trabalho na função pública de 40 para 35 horas semanais, o líder do PSD não poupa críticas ao Governo.

"As 35 horas são uma irresponsabilidade completa e derivam da solução política encontrada em 2015. O Governo não preparou a Função Pública para as 35 horas. Mesmo assim, fez e lançou o caos. Reduzir o horário para 35 horas é simpático, mas é antipático para quem procura os serviços de saúde e para os profissionais que trabalham sob mais pressão", declara Rui Rio, para quem o executivo coloca os serviços públicos a funcionar ou deve voltar às 40 horas.

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