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A ministra da Administração Interna diz, na carta de demissão enviada ao primeiro-ministro, que pediu para sair de funções logo a seguir à tragédia de Pedrógão Grande, mas deu tempo a António Costa para encontrar quem a substituísse.

“Logo a seguir à tragédia de Pedrógão pedi, insistentemente, que me libertasse das minhas funções e dei-lhe tempo para encontrar quem me substituísse, razão pela qual não pedi, formal e publicamente, a minha demissão", escreve Constança Urbano de Sousa.

Diz que o fez “por uma questão de lealdade” e que o primeiro-ministro, na altura, lhe pediu para se manter em funções.

“Pediu-me para me manter em funções, sempre com o argumento que não podemos ir pelo caminho mais fácil, mas sim enfrentar as adversidades, bem como para preparar a reforma do modelo de prevenção e combate a incêndios florestais, conforme viesse a ser proposta pela comissão técnica independente”, refere na carta.

“Manifestou-se sempre a sua confiança, o que naturalmente reconheço e revela a grandeza de carácter que sempre lhe reconheci”, acrescenta.

Leia aqui na íntegra a carta que Constança Urbano de Sousa escreveu a António Costa.

Quem é Constança Urbano de Sousa

Licenciada em Direito pela Universidade de Coimbra, a agora ex-ministra da Administração Interna assumiu o cargo em Novembro 2015, quando António Costa formou o XXI Governo de Portugal.

Filha do antigo provedor de Justiça Alfrendo José de Sousa, doutorou-se em Direito Europeu na Alemanha e era professora de Direito até assumir funções de ministra.

Entre 2006 e 2012, foi conselheira e coordenadora da Unidade Justiça e Assuntos Internos da Representação Permanente de Portugal junto da União Europeia e chefiou, durante seis anos, a delegação portuguesa ao Comité Estratégico Imigração, Fronteiras e Asilo (CEIFA) da União Europeia.

Foi ainda membro da delegação portuguesa do CATS, COSI (Comité Permanente de Segurança Interna) e Grupo de Trabalho de Alto Nível sobre Asilo e Migração, entre outras estruturas do Conselho da UE.